Lúcia Helena Meili (*)
O setor da construção civil, como os demais setores da economia, está sendo impactado pelo cenário político e econômico do Brasil.
Por um lado, o cliente está mais cauteloso e inseguro no momento de fazer um investimento de maior porte, como a compra da casa própria ou de unidades comerciais, diante das incertezas do mercado. Por outro, os novos contratos de obras estão mais escassos, fazendo com que as obras em fase de finalização não estejam sendo repostas na mesma velocidade.
Diante dessa situação, os colaboradores acabam ficando mais apreensivos, mas compreendem que esse fato é decorrente da conjuntura em que estamos vivendo. Acreditamos que o melhor a se fazer nesse momento é ter uma comunicação clara, direta e transparente, em respeito e consideração pelas pessoas, e manter as equipes trabalhando com foco na busca por melhorias, com maior eficiência e produtividade.
Todos nós sentimos a necessidade de obter informações, principalmente em momentos difíceis, e se a empresa não se preocupa em fornecer, as pessoas buscarão em outras fontes, nem sempre confiáveis, gerando mais dúvidas, insegurança, medo e insatisfação. Certamente esse quadro tende a se deteriorar, levando à baixa de produtividade e aumento do stress, ficando cada vez mais difícil uma reversão.
Os custos emocionais desse desgaste são altos, pois os colaboradores se sentem parte do problema e não da solução, ocasionando a falta da esperança na reversão da situação com a diminuição do comprometimento com o trabalho e com a empresa. A empresa que zela pelo bom clima e ambiente de trabalho está sempre empenhada em promover ações de integração e engajamento.
Seus líderes compartilham suas visões de um futuro melhor, apoiam projetos que estimulem a participação e o envolvimento de todo time na busca por melhores soluções e fomentam o pensamento inovador, que é o melhor remédio nos momentos de crise. Sem dúvida, a época de crise é também a época das oportunidades para quem estiver preparado e pronto para enxergá-las e abraçá-las. Tudo vai depender para qual parte do copo se decide olhar, “o copo meio vazio ou meio cheio”.
Não há mais espaço para a falta de qualificação na construção civil. Diante da competividade do mercado, a busca contínua por melhor eficiência, diminuição do desperdício e geração de resíduos, precisamos cada vez mais de colaboradores qualificados e que também estejam empenhados no seu aprimoramento contínuo, tanto profissional como pessoal, visando estar aptos para lidar com as novas tecnologias do setor.
Uma empresa que cultiva um bom ambiente de trabalho precisa formar e manter um corpo de líderes alinhado com os seus valores. Eles devem trazer boa qualificação profissional, ter em seu DNA o bom gerenciamento das pessoas, atuar como mentores atentos nas características e no desenvolvimento do potencial de cada pessoa que esteja sob sua responsabilidade e, principalmente, reconhecer e valorizar a contribuição de cada um no resultado final. É necessário que atue realmente como o “coach” do seu time!
(*) – É diretora de recursos humanos da MPD (www.mpd.com.br).