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Missão dos profissionais da contabilidade na Agenda 2030

em Artigos
quinta-feira, 26 de abril de 2018

Francisco Sant’Anna (*)

A demanda dos cidadãos por ética e probidade torna-se cada vez mais forte no Brasil e no mundo

Mobiliza inclusive alguns dos mais influentes e representativos organismos multilaterais. Exemplo marcante disso foi a recente conferência na ONU, em Nova York, sob a “tributação e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável/Agenda 2030”. No encontro, as Nações Unidas, o BIRD, o FMI e a OCDE fizeram apelo aos países para que implementem mais transparência e estabeleçam mecanismos eficazes para combater a evasão fiscal, lavagem de dinheiro e os fluxos financeiros ilícitos.

É oportuno reafirmar tais propósitos nesta semana em que celebramos em nosso país o Dia do Profissional da Contabilidade (25 de abril). Afinal, há grande congruência entre seu trabalho e o anseio da sociedade por mais lisura e transparência nos setores público e privado e na interação entre ambos. A profissão, em todas as suas frentes – auditoria independente, escritórios de contabilidade e/ou áreas internas próprias das empresas -, têm a missão cada vez mais relevante de contribuir para a prevalência da integridade no âmbito de todas as organizações.

O papel dos profissionais da contabilidade, considerando as transformações dos mercados e as exigências crescentes da cidadania por condutas e princípios corretos, transcende à elaboração, análise e avaliação das demonstrações contábeis, ganhando cada vez mais importância também no tocante à orientação das organizações na direção de procedimentos técnicos e eticamente corretos.

A busca por maior transparência, melhoria de processos e cultura preventiva da corrupção torna-se meta permanente a ser perseguida pelos gestores das áreas pública e privada. A responsabilidade é grande no enfrentamento desse desafio. Por isso, os profissionais da contabilidade precisam estar abertos às mudanças que estão alterando o cenário da profissão e dos negócios.

O mundo está em constante evolução, e a profissão precisa estar conectada e alinhada aos movimentos transformacionais e disruptivos, buscando um entendimento cada vez mais lúcido e amplo sobre a conjuntura brasileira, o cenário global e as tendências. É fundamental uma linguagem mais dinâmica e muito mais orientada aos negócios e ao mercado, obviamente obedecendo as diretrizes éticas e profissionais.

Os profissionais da contabilidade são elementos estratégicos na lógica do movimento mundial pela viabilização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que visam reduzir as disparidades econômicas, promover ampla inclusão socioeconômica, eliminar a miséria, universalizar a saúde e a educação de qualidade e prover vida melhor para a humanidade.

Porém, nada disso será possível sem economias fortes e capacidade de investimento do Estado e da iniciativa privada, que, obviamente, são potencializados pela multiplicação de empresas mais produtivas, eficientes e lucrativas e governos mais responsáveis no plano fiscal e na gestão e aplicação dos recursos públicos.

Cada vez mais preparados em termos de conhecimento e uso inteligente das tecnologias, os profissionais da contabilidade têm consciência e capacidade para atender ao convite de protagonismo que o Brasil e o mundo lhes fazem.

(*) – É presidente do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon)