Antônio Carlos Koch (*)
O ano de 2019 vai chegando ao fim e a economia deu sinais de melhora.
Não exatamente como se esperava ou queríamos, mas começa a dar um alento de que novos ventos poderão soprar por aqui. A projeção de crescimento do PIB saltou de 0,85% para 0,90%, segundo o Ministério da Economia, e para 2020 a estimativa é que ela tenha uma expansão de 2,32%, ante a previsão anterior de 2,17%. Para os três anos seguintes, a estimativa é 2,50%.
O que queremos e precisamos mesmo, a começar por 2020, é que as medidas tão extenuantemente discutidas pelo governo saiam do papel. As efetivas reformas tributária e previdenciária, além de novos investimentos em infraestrutura, são emergenciais para o crescimento da indústria nacional. Há de se reforçar também que o investimento baixo, com poucas linhas de crédito e juros altos, impacta fortemente as empresas, que, uma vez não investindo em modernização, perdem competitividade diante dos estrangeiros.
Nessa área, o governo poderia gerar uma onda de desenvolvimento, retirando da base de taxação do Imposto de Renda o valor dos investimentos feitos pelas empresas, o que daria início a um surto virtuoso de competitividade, com geração de milhares de empregos.
Só para lembrar que as empresas apoiadas por políticas de financiamento às exportações chegam a vender, em média, 14,7% a mais no mercado externo, ampliam seus mercados em até 70% e elevam seu número de funcionários em até 10%, como revelam os dados em um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com os 13 países que operam os maiores volumes de financiamento às exportações de bens e serviços no mundo, entre eles Estados Unidos, Alemanha, Japão, China e França.
Trocando em miúdos, a indústria brasileira, que tem amplos recursos naturais nas mãos e é a principal referência econômica do país, necessita de apoio para emplacar seus negócios e fomentar a economia no caminho certo, de forma a consolidar um crescimento sustentável com ganho na produtividade.
É o que os empresários querem e cobram das autoridades, mas ainda são pouco atendidos. Cremos que boa vontade não os falta, mas não há essência de unidade em torno dos temas e pautas emergenciais que podem colocar o Brasil no grupo dos países protagonistas da economia mundial.
O ano de 2020 tem início nos próximos dias. A expectativa é grande para o que poderá ocorrer ao longo da temporada. Uma ótima oportunidade para crermos em bons avanços, ainda mais em tempos de acordos econômicos promovidos pelo governo Bolsonaro, como a assinatura do Tratado de Livre Comércio entre Mercosul e União Europeia, o avanço nas agendas de concessões na área de infraestrutura e a melhora do ambiente de negócios.
É só o começo, mas é preciso acreditar. Afinal, sou brasileiro e não desisto nunca!
(*) – É diretor financeiro da Lepe Indústria e Comércio e vice-presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp).