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Futuro e renovação

em Artigos
quarta-feira, 27 de junho de 2018

Benedicto Ismael Camargo Dutra (*)

O sistema econômico-financeiro apresenta um elemento intermediário complicador das atividades.

Para importar, seja dos EUA ou de outros países, é preciso primeiro comprar dólares, ou euros, um pouco mais caro, mas tudo não passa de papel impresso. Se o preço do dólar varia, tudo acompanha, seja o valor das importações ou das exportações. No Brasil, a Petrobras para tirar o atraso aperta no preço dos combustíveis devido ao preço e à variação cambial. Parece que temos vivido um forte artificialismo econômico que algum dia terá de ser sanado com algo mais natural.

Países como o Brasil enfrentam as jogadas da gangorra cambial. Quando a gangorra do real desce, com a desvalorização, é oportunidade para a entrada de dólares. Quando o real valoriza lá em cima é a hora da saída gorda de dólares. Vamos ver que jogo é esse. Enquanto os maiorais EUA e China buscam algum tipo de ajuste aceito por ambos, ocorre o pressentimento de alívio temporário para a guerra comercial. Resta saber que dificuldades vão sobrar para a turma de baixo, fragilizada e desorganizada como o Brasil.

Está chegando a hora do ajuste monetário com possibilidade de piora para o Brasil e outros países. Mas essa piora reduz o consumo o que poderá acabar afetando até o volume das exportações da China. É o mundo da fantasia criado pelo homem quando esse descobriu que podia criar dinheiro do nada e foi montando castelos de areia sem a base firme natural. Agora temos muitas dívidas, muita ociosidade produtiva, pouco trabalho, e muita necessidade de consumo não atendida.

O prolongado regime de trabalho escravo trouxe graves consequências para o Brasil. Faltou preparo para a vida da população liberada das fazendas. Não basta o pão para o corpo, é preciso também o pão para a alma para formar uma nação forte, com população apta a buscar o atendimento das necessidades para uma existência condignamente humana. O país ficou dividido devido à falta de esforço para a integração e hoje as dificuldades se tornaram ainda maiores com o crescimento da população.

A data de 13 de maio de 1888 poderia ter se tornado a grande oportunidade do governo e elites de transformar o Brasil numa verdadeira nação ao não planejar a integração da mão de obra liberada das fazendas e não dando escola alfabetizadora aos descendentes, mas esse momento crítico foi estupidamente perdido.

O problema do Brasil foi ter deixado as raposas tomando conta do galinheiro. A galinha punha cobiçados ovos de ouro e a nação se acomodou em berço esplêndido. É preciso despertar desse pesadelo através de bom preparo para a vida, gerando oportunidades e esperança de que com trabalho sério haverá melhora geral. Mas antes é necessário tirar as raposas do galinheiro – as nacionais e as internacionais.

De tanto ver triunfar a corrupção e as nulidades no poder, o populismo tem atraído atenção de muitas pessoas desanimadas com a gestão displicente que, ao contrário, deveria ter promovido o progresso efetivo.
Miséria e falta de bom preparo para a vida estão traumatizando o Brasil com atos de descontentamento e violência. Desemprego e queda na renda estão travando a economia. O mundo está perdendo a sua ingenuidade e enfrenta uma situação muito difícil, mas a classe política só pensa em vencer eleições.

O futuro da humanidade não é animador. Em geral, poucos seres humanos assumem responsabilidade com o futuro. De longa data falta verdade e, habilmente, as reais intenções têm sido acobertadas. Mas estamos no século em que tudo se acelera e nada fica oculto. É preciso enfrentar a realidade, mas também incentivar a sincera vontade de renovar tudo que esteja em desacordo com as leis naturais da Criação, pois o que estiver em oposição a elas perderá a base de sustentação, devendo ruir naturalmente.

(*) – Graduado pela FEA/USP, coordena os sites (www.library.com.br) e (www.vidaeaprendizado.com.br). Autor de: Nola – o manuscrito que abalou o mundo; 2012…e depois?; Desenvolvimento Humano; O Homem Sábio e os Jovens; entre outros. E-mail: ([email protected]).