William Boulding (*)
Saber proteger a saúde e segurança de suas equipes é parte importante.
Uma das questões mais discutidas em vários países, inclusive no Brasil, nesta situação sem precedentes criada pela Covid-19, é o timing do isolamento social e da retomada de todas as atividades econômicas. Nesse contexto, porém, não há dúvida de que os líderes de negócios precisam colocar a saúde e a segurança de seus stakeholders e colaboradores em primeiro lugar.
Além da indiscutível prioridade de preservar a vida, é preciso considerar algo decisivo para cada empresa e a economia em geral: quanto mais tempo demorar a contenção do contágio em escala do novo coronavírus, mais se prolongarão os problemas de funcionamento dos mercados, cadeias produtivas, comércio e indústria. De nada adiantará termos empresas abertas e autorizadas a operar, se numerosas pessoas continuarem sendo infectadas, internadas ou morrendo.
Não haverá normalidade possível se não tivermos consumidores seguros de que podem ir às ruas e trabalhadores confiantes de que não ficarão doentes. Assim, se a segurança da saúde não for colocada em primeiro lugar, simplesmente se prolongarão as dificuldades causadas pela pandemia e os problemas econômicos serão contínuos. Os líderes empresariais precisam ser muito sensíveis quanto a essa situação.
Saber proteger a saúde e segurança de suas equipes é parte importante da estratégia para minimizar as interrupções nos negócios.
Essa é uma etapa importante na caminhada em direção ao mundo pós-pandemia. Outra atitude significativa, na medida do possível, é manter os membros da sua equipe neste momento. Isso dará a eles um sentimento de pertencimento e os estimulará a enfrentar os grandes desafios presentes. Atuando em home office ou em atividades essenciais que exigem sua presença física, as pessoas precisam mostrar criatividade real e trabalhar com empenho para manter as empresas viáveis.
Também é importante demonstrar às pessoas que a empresa se importa com elas e que está sendo transparente e correta. Tal postura das lideranças contribuirá para desbloquear e estimular o potencial dos colaboradores e seu interesse em somar forças na busca das soluções adequadas para os problemas.
É preciso considerar que, em meio a uma pandemia tão grave, todos estão muito sensíveis e pensando nos parentes e amigos que perderam, nos prejuízos que já tiveram e no que ainda podem enfrentar. E já perdemos muito, principalmente a conectividade humana.
Por outro lado, também ganhamos bastante em aprendizado. Precisamos tirar lições deste triste momento vivido pela humanidade e pensar que há oportunidades de inovação e criatividade. Afinal, muitas atividades que estão se desenvolvendo e soluções criadas para enfrentar a crise poderão tornar-se permanentes quando o mundo voltar à normalidade.
É fundamental um grande empenho para superar a crise atual e manter as empresas em condição sustentável para agregar valor à sociedade, à medida que avançamos para um mundo pós-covid-19.
(*) – É reitor da Fuqua School of Business, escola de negócios da Duke University.