Carlos Cortés (*)
Desordens civis e tumultos não são considerados riscos novos.
Porém, representam uma ampla ameaça que deve ser avaliada detalhadamente pelas empresas com bases nas operações e vulnerabilidades do negócio. Protestos como os que vivemos recentemente, com a greve dos caminhoneiros e o consequente desabastecimento de bens de consumo básicos, impactam fortemente o dia a dia da sociedade.
A escalada desta situação pode resultar em agitação, incêndio, vandalismo, motins ou distúrbios civis. Estes eventos e suas consequências podem durar um curto período ou vários dias, elevando o potencial de risco para as empresas. Importante também ressaltar que o atual ambiente econômico e político, bem como a capacidade oferecida pelas mídias sociais de se comunicar de forma rápida e mobilizar grandes multidões, acabam impactando ainda mais negativamente este risco.
Uma boa abordagem para mitigar esta ameaça é realizar uma avaliação de risco detalhada e executar as mudanças necessárias no programa de gerenciamento de riscos. O ideal é uma avaliação para cada local que possa estar exposto à desordem civil. Recomendamos avaliações separadas para cada local, já que as ameaças e vulnerabilidades podem variar de local para local.
Mas quais condições podem apresentar um maior nível de exposição à perturbação da ordem pública? Algumas delas que podemos destacar: localidades urbanas com problemas de segurança; proximidade de locais como estradas com presença de grevistas, complexos esportivos, rotas de desfile ou paradas que possam desencadear um protesto, empresas que podem ser alvo de protesto; bem como edifícios governamentais, embaixadas e consulados estrangeiros.
Outro aspecto importante também a ser levado em consideração é a conscientização antecipada de um evento, que poderia levar a desordens civis. Isso propicia tempo para que locais potencialmente afetados tomem medidas razoáveis para se preparar. Desenvolva um plano de ação para preparar antecipadamente a instalação para a desordem civil, considerando a possibilidade de restringir as operações, se necessário.
Uma avaliação de riscos ajudará a preparar uma lista concisa de ações para complementar e melhorar a comunicação, proteção, mitigação e os planos de resposta de emergência da empresa. A estratégia deve ser focada na abordagem “Preparação-Resposta-Recuperação” para ajudar a reduzir o impacto negativo na empresa e assegurar a resiliência e a continuidade dos negócios.
Reveja as apólices de seguro e cobertura com o corretor ou agente de seguros.
(*) – É Head of Risk Engineering da Zurich no Brasil.