Antonio Wrobleski (*)
O desenvolvimento sustentável é uma prática cada vez mais exigida no mercado mundial.
Isso chega a ganhar um peso de obrigatoriedade para as empresas que atuam no e-commerce. Em total alinhamento com isso, o ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança) vem ganhando força, já que trata da adoção de soluções para melhorar as estratégias de logística, reduzindo os impactos no meio ambiente, enquanto o e-commerce continua em crescimento acelerado.
O termo ESG é usado, portanto, para medir e incentivar as práticas ambientais, sociais e de governança de uma empresa e está totalmente alinhado à sustentabilidade. Na NRF Retail’s Big Show 2022, em Nova York, uma das maiores feiras de varejo do mundo para apresentar novidades e tendências, um dos temas mais discutidos foi o ESG.
É fato que cada vez mais o consumidor vai levar em consideração essas práticas e as empresas que as adotarem sairão na frente. Dentro desse contexto, olhando através das lentes ESG, existem desafios para as empresas do segmento do e-commerce, que, em março de 2022, representou 13,2% do comércio varejista restrito (exceto veículos, peças e materiais de construção).
No acumulado dos últimos 12 meses, a participação do e-commerce no comércio varejista corresponde a 12,4%. Vale destacar que esse indicador foi feito a partir da última Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, divulgada no dia 10 de maio. Os dados são do índice MCC-ENET, desenvolvido pela Neotrust/Movimento Compre & Confie, em parceria com o Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e.net).
Ao comparar as vendas praticadas pela internet, abril de 2022 (em relação ao mesmo mês do ano passado) teve uma leve alta de 1,52%. No acumulado do ano, o crescimento segue em 9,63%. A expectativa é que o e-commerce vai continuar em ascensão, mas só vai se beneficiar quem evoluir e conseguir manter os consumidores satisfeitos.
Além disso, um dos grandes desafios do setor é garantir que a operação logística emita cada vez menos poluentes sem encarecer o processo, promovendo benefícios para as empresas, para o meio ambiente e para a sociedade. Nesse sentido, a roteirização é uma tendência que surge como solução sustentável capaz de promover a otimização da cadeia logística.
Roteirizar as entregas gera economia ao passo que evita que os produtos passem por lugares desnecessários ao longo da rota. O ESG é um tema que está em voga e, por isso, merece atenção por parte das empresas de logística. Para o e-commerce, a adoção de práticas sustentáveis dentro dos critérios ESG é, portanto, uma forma de minimizar os impactos da logística na natureza.
Dessa forma, o mercado logístico não limita seu crescimento mas, ao mesmo tempo, garante soluções para o setor e para o meio ambiente. Seguindo essa linha de raciocínio, avaliamos que o e-commerce tem o poder de ajudar na redução de carbono e promover um mundo mais verde. Sendo assim, implementar soluções que promovam a melhoria dos processos e ainda garantam a preservação dos recursos naturais são questões urgentes.
(*) – Presidente do Conselho de Administração da BBM Logística, Conselheiro da Pathfind, especialista em logística, é sócio da Awro Logística e Participações.