Claudio Zini (*)
Após um período extremamente conturbado, tudo indica que começamos a afrouxar o nó que tanto sufocava o crescimento das empresas e o desenvolvimento dos negócios.
O período de 2020 foi desafiador. Vivemos um boom do incremento considerável do e-commerce nunca visto no Brasil. Pequenas, médias e grandes companhias perceberam que o desenvolvimento tecnológico não é apenas importante para a lucratividade, porém, crucial. O consumidor se tornou ávido pela aceleração do tempo de resposta e, com isso, ainda mais exigente.
O ano de 2021 pode ser considerado o acelerador do futuro. Convivemos, no período passado, com a tecnologia digital em uma esfera que era, até então, deixada de lado. O conceito de home office foi amplamente intensificado e colocado em prática, as escolas se voltaram para o ensino à distância, a telemedicina proporcionou fácil acesso à saúde, inúmeros setores da economia pisaram fundo para não perderem oportunidades. Foi um virar de chave em inúmeras esferas.
É sabido que a tecnologia cresce muito mais rápido do que a nossa capacidade de entendimento. Os robôs não vão acabar com os empregos – como é a preocupação de muitos profissionais -, mas farão com que utilizemos melhor nossos cérebros, além de permitir que as empresas liberem os colaboradores de trabalhos braçais para que possam executar tarefas mais relevantes e criativas.
Hoje, a produção é intelectual e não mais de processos rotineiros. E a tecnologia evolui numa velocidade geométrica, exponencial, enquanto nossos hábitos e forma de pensar seguem linearmente. Portanto, o entendimento disso é fundamental, pois, nós, seres humanos, não temos habilidade suficiente para acompanhar esse crescimento enorme. Acelerando a educação, diminuiremos a desigualdade econômica. E precisamos entender que o futuro é o learning by doing, ou seja, fazendo e aprendendo.
Com a tecnologia e a digitalização, vivemos a cultura da experimentação graças à sustentabilidade. As empresas estão se tornando cada vez mais agentes educacionais. Tudo o que está no meio do caminho tende a desaparecer. Os consumidores querem agilidade e funcionalidade, mas, muito mais do que isso, eles passam a serem tratados como indivíduos e não mais como um amontoado de clientes.
A melhor estratégia para o futuro é perceber a mudança e adaptar-se a ela com rapidez. As organizações vão à falência não por errarem no inovar, mas por fazerem a mesma coisa por muito tempo. Os maiores concorrentes, hoje, são as transições de mercado.
A tendência para os próximos 20 anos é não termos uma nova geração e, sim, uma nova civilização, tecnologicamente super desenvolvida.
(*) – É diretor-presidente da Pormade Portas.