Bruna Puga (*)
Na era da Nova Economia, o equity emergiu como uma modalidade central na estratégia de expansão, em especial para startups e empresas inovadoras. Não é mais um privilégio reservado às grandes corporações ou aos investidores institucionais; tornou-se um ativo estratégico que molda a forma como companhias atraem talentos, negociam com parceiros e alcançam objetivos.
Essa mudança reflete a necessidade de criar relações mais equilibradas e sustentáveis entre os diversos stakeholders de uma organização. O equity, neste contexto, se trata da participação societária e, na Nova Economia, tornou-se um dos ativos mais valiosos das empresas. Mais do que caixa ou lucro imediato, o verdadeiro diferencial está na capacidade de construi-lo e expandi-lo.
Quando bem gerido, ele não só impulsiona o crescimento, mas também facilita a atração de talentos, o fechamento de parcerias estratégicas, a realização de aquisições e a captação de investimentos. Em um cenário cada vez mais dinâmico, é a expansão do equity que determina o sucesso de longo prazo das marcas, tornando-as mais preparadas para os desafios do futuro.
A prática do vesting, por exemplo, demonstra como o equity pode ser uma ferramenta eficaz para engajar colaboradores de longo prazo. Garantir participação societária progressiva com base no tempo de permanência ou no alcance de metas cria um incentivo claro para que pessoas importantes se comprometam com a companhia. Além disso, reduz drasticamente o turnover – um dos grandes desafios enfrentados por startups em crescimento acelerado.
O mútuo conversível, instrumento jurídico que equilibra o interesse de investidores e empreendedores, por sua vez, faz com que as startups tenham a chance de captar recursos e, posteriormente, converter essa dívida em participação societária. Essa flexibilidade é essencial para negócios em estágios iniciais, que precisam de capital sem a pressão de uma diluição imediata.
Modelos como o Media for Equity também destacam o impacto transformador do equity, especialmente na era da economia digital e da creator economy, onde a mídia, somada a audiência, autoridade e visibilidade impulsiona o crescimento e reconhecimento de marca.
Nesse formato, que ganhou força na Europa e vem crescendo no Brasil, mídia é trocada por participação societária, permitindo ampliar o alcance sem comprometer o fluxo de caixa. Os benefícios são mútuos: organizações se consolidam enquanto parceiros obtêm retornos significativos.
Já os programas de partnership representam a forma como o equity pode transformar culturas organizacionais. Companhias que permitem que colaboradores de destaque se tornem sócios reforçam o senso de pertencimento e propósito entre as equipes, o que acarreta um crescimento de 40% na produtividade, de acordo com a Endeavor.
Afinal, quando os profissionais sentem que estão contribuindo para o sucesso de algo que também lhes pertence, o nível de engajamento e dedicação, por consequência, aumenta exponencialmente.
À medida que 2025 se desenvolve, com a previsão de aumento de investimentos em startups, o papel do equity como moeda de troca surge e se consolida. Projetos relacionados à inteligência artificial e outras tecnologias emergentes devem atrair volumes significativos de capital, definindo este como um pilar essencial na estruturação de negócios.
Empresas que entendem a relevância do formato estarão mais bem posicionadas para navegar por um futuro incerto sem grandes preocupações.
(*) – É empresária e advogada especialista em Direito Empresarial (https://www.brunapuga.adv.br/).