Enquanto a economia brasileira navega por águas desafiadoras, uma prática silenciosa vem moldando discretamente o cenário financeiro: o entesouramento de moedas. Embora a atividade seja muitas vezes vista como uma prática inofensiva, os números mais recentes indicam que a ação gera problemas para a economia do país.
Uma das principais preocupações decorrentes da prática é a desaceleração da circulação monetária. Com mais brasileiros optando por guardar moedas em casa, a quantidade de dinheiro em circulação ativa no mercado diminui, o que impacta negativamente o fluxo econômico e dificulta a realização de transações cotidianas, afetando, especialmente, o setor comercial varejista.
Nesse cenário, os estabelecimentos são forçados a adotar medidas improvisadas para contornar a falta de troco. O que pode incluir arredondamento nos preços, que, no montante final, influencia no lucro, ou a adoção de práticas que visam minimizar a dependência de moedas, como pagamentos eletrônicos – questão que esbarra em outro desafio: a desbancarização da população.
O problema afeta diretamente mais de 16 milhões de pessoas no país, e, indiretamente, 17,7 milhões que são sub-bancarizadas (que utilizam pouco ou não possuem acesso aos serviços). Os dados são do Instituto Locomotiva e representam mais de 15% da população brasileira. “Os números reforçam o ciclo problemático gerado pelo entesouramento, que compromete a fluidez das transações comerciais, resultando em filas longas experiências de compra frustrantes e uma dinâmica desafiadora entre comerciantes e consumidores”. A análise é de Wanessa Leite, CEO do Dyndo, aplicativo de troco digital.
“O comércio, hoje, tem dificuldade em atender às necessidades dos clientes, porque o espaço de pagamento se tornou complexo. Soluções inclusivas, que abracem todos os públicos, são essenciais para reduzir os desafios e promover uma experiência de compra mais eficiente e satisfatória para todos”, reforça. Em alternativas como a do troco digital, empreendimento e consumidor precisam apenas de um celular com internet e não com acesso ao banco.
Em paralelo, o entesouramento também impõe uma pressão adicional sobre a Casa da Moeda do Brasil devido aos custos associados à produção, já que à medida que mais moedas são retiradas de circulação, a demanda por novas emissões aumenta, elevando os custos – o que pode tornar a redução delas no comércio uma tendência.
Dessa forma, soluções são necessárias para sanar os efeitos econômicos que essa prática tem e ainda pode ter, em larga escala, tanto para o comércio como para seus clientes. Fonte e outras informações: (https://dyndo.com.br).