308 views 4 mins

Empresas diversas estão de olho na oferta de serviços bancários

em Artigos
terça-feira, 12 de março de 2024

Carlos Eduardo Benitez (*)

Há cerca de 30 anos, as pessoas que precisavam pagar uma conta ou transferir dinheiro eram obrigadas a sair de casa, se dirigir fisicamente ao banco e ainda enfrentar uma fila enorme. A internet mudou completamente esse cenário e as novidades no setor bancário não pararam de chegar.

A digitalização abriu diversas oportunidades e uma das mais inovadoras é o Banking as a Service (BaaS), que permite transformar qualquer empresa em um banco, a chamada ‘bancarização’. Para os empresários, surge a dúvida: por que seria interessante para o meu negócio oferecer serviços bancários aos meus clientes? Entre os argumentos, um dos mais atrativos é o mercado. Em 2022, a tecnologia já movimentava US$ 35 bilhões no mundo.

A América do Norte ficou à frente das demais regiões do planeta, com pouco mais de US$ 15 bi, seguida pela Europa, com US$ 8,7 bilhões. O Brasil, no mesmo ano, movimentou US$ 2,3 bilhões, o que representou 73% de todas as operações da América do Sul. Em termos de mercado, esses números ainda são “irrisórios”, diante das projeções para um futuro próximo.

Em 2030, as transações via BaaS no mundo devem chegar a US$ 291,4 bilhões com taxas de crescimento acima de 30% ao ano em todos os continentes. Portanto, a empresa que se ‘bancarizar’ agora, pode aproveitar a evolução da digitalização dos serviços bancários, como, por exemplo, a abertura de contas digitais e a oferta de crédito, que deve alcançar mais de 2 bilhões de novos usuários nos próximos seis anos.

Outro importante argumento é a segurança garantida pela tecnologia blockchain. É ela que permite o que especialistas estão chamando de ‘tokenização’ dos bancos e abre diversas oportunidades quando somada à “bancarização” do mercado. O uso desta tecnologia deve se tornar cada vez mais popular nos próximos anos e, muito em breve, tanto empresas como consumidores finais usufruirão de suas vantagens.

O incentivo ao desenvolvimento de ferramentas digitais pelo Banco Central (BC) cria um ambiente dinâmico e com maior segurança para quem aspira iniciar um negócio no setor. O Open Finance que passou para o correntista o controle dos seus próprios dados, segue em evolução no BC e, segundo o órgão regulador, receberá em 2024 atualizações tanto na parte de integração como de segurança.

A tendência com esses avanços tecnológicos é que o consumidor final poderá manter, sem dificuldades ou burocracia, relacionamentos com diversas organizações de serviços bancários. A consequência será o aumento da demanda por novas marcas e serviços personalizados, criando “nichos” de atendimento que podem ser aproveitados por empresas que já mantêm um relacionamento estreito com seus clientes.

Para se “bancarizar”, uma empresa precisa ter conhecimento do ecossistema em que trafega, capilaridade e boa aderência no acionamento ao seus clientes, fornecedores e prestadores de serviços.

Essa leitura do mercado que vem sendo feita pelas empresas tem se apoiado na experiência de parceiros que navegam neste mar a mais tempo, desta forma alguns erros e aprendizados são evitados, entretanto o objetivo maior é que a distribuição de produtos e serviços bancários chegue a população e as empresas de forma mais ágil e dinâmica, com uma comunicação mais adequada para ao novo mercado e construídos de acordo com as necessidades dos clientes.

(*) – É CEO da BMP (https://moneyp.com.br/).