André Nogueira (*)
Estamos em um período de mudanças climáticas por todo o mundo, muito em decorrência da forma como estamos tratando nosso Planeta.
No final deste ano teremos em Paris mais um encontro para decidir este futuro tão incerto, a COP 21 ou Paris 2015. Nesses tempos muitas empresas, dos mais variados setores, vêm procurando trabalhar de modo sustentável, de uma forma que não agrida o ambiente que se localiza, além de se preocuparem com o desenvolvimento local e bem-estar de todos os envolvidos.
Como o tema é uma pauta muito recorrente, ele também está presente nos eventos, os chamados eventos verdes, embora ainda não sejam tão realizados ou divulgados. Para produzi-los é preciso um bom planejamento para que todas as ideias estejam alinhadas com aquilo que será realizado e também com a missão sustentável da empresa contratante.
Por exemplo, em relação ao local do evento, um ponto a ser observado é a entrada de luz natural para que se evite ao máximo o uso de iluminação artificial. Caso ainda seja preciso utilizá-las, que sejam as lâmpadas de LED, que embora ainda tenham preços bem superiores às comuns, têm gasto de energia muito inferior e vida longa útil. Os equipamentos de audiovisual devem seguir notas de consumo baixa, procurando sempre se manter com classificação A em eficiência energética. Para decoração de ambiente, é essencial o uso de materiais reutilizáveis ou reciclados.
Na questão alimentação, conhecer o fornecedor e comprar apenas daqueles que também tenham um manejo e uso consciente e sustentável dos seus ingredientes e insumos. Ou seja, um fornecedor que gere o mínimo possível de resíduos, que utilize alimentos frescos e orgânicos e, se possível, que não precise de refrigeração. Papel: evite o uso. Priorizar a realização das divulgações de forma eletrônica com envio de convites por e-mail ou redes sociais e inscrições online ou por telefone, caso a pessoa não tenha acesso a internet.
Dar preferência a fornecedores locais é outra boa prática, além de ajudar no desenvolvimento do local onde ocorrerá o evento, também diminui o impacto que o transporte de materiais causa. No Brasil ainda é escasso, além de caro, os automóveis híbridos ou elétricos que têm pouco ou nenhum impacto ambiental na sua utilização. Outros pontos importantes são trabalhar com uma coleta de lixo seletiva, disponibilizar materiais reutilizáveis e possuir acessibilidade a deficientes. A organização desses eventos não é necessariamente mais cara, visto que não são feitas grandes produções e, aquelas que são, se fazem com materiais e produtos reciclados ou reutilizáveis.
Realizar este tipo de trabalho produz resultados muito positivos para a empresa contratante e também para a agência organizadora e seus fornecedores, porém, é preciso tomar o cuidado para que não seja um tiro pela culatra. Toda a preocupação que se tem neste processo é preciso que esteja também dentro das empresas. Apenas dessa forma, a geração de valores e benefícios dos eventos mais sustentáveis será contínua para todo o meio ambiente.
(*) – É pós-graduado em Gestão de Eventos e sócio diretor da Wemake Eventos.