Norberto Chadad (*)
Para toda crise há sempre uma saída. Como é improvável que possamos prever, o melhor é aprender a conviver com elas positivamente.
Quando todos tiverem pelo menos um pouco de otimismo, a situação pode melhorar, mas quando todos falam em crise, fortalece-se o momento conturbado. Cito uma antiga frase britânica, cuja tradução é: “Não devem ser ouvidos os que costumam dizer que a voz do povo é a voz de Deus, pois a impetuosidade do vulgo está sempre próxima da insânia.”
Em época de crise, existe uma grande demanda de vagas no mercado de trabalho por profissionais diferenciados e atualizados. O momento exige que os profissionais fortaleçam suas habilidades e suas competências. Qual é o perfil profissional que as empresas procuram? Posso afirmar que elas se interessam por atitudes específicas no momento de selecionar um colaborador.
São elas: habilidade de comunicação, interesse, facilidade de trabalho em equipe, aptidão para aceitar desafios diferentes, além de ser comprometido e competitivo. Vale ressaltar que o motivo das empresas contratarem funcionários competitivos está no desejo de se superação que estes profissionais carregam e não apenas no interesse por exibir seus conhecimentos técnicos, o que é muito peculiar à geração Y.
Por outro lado, entre os profissionais que estão trabalhando – hoje, mais do que nunca – continuarão nas empresas aqueles que realmente fizerem a diferença. As atitudes e as ações contam mais do que a descrição exata do cargo. Profissionais aperfeiçoados, reciclados, flexíveis, responsáveis, criativos para superar situações difíceis, capazes de trabalhar em equipe e de agregar valor à marca estarão com os empregos garantidos, especialmente aqueles que se candidatam a assumir funções dos que já saíram.
Os que pensam “não ganho a mais para fazer isso” ou “isso está longe das tarefas que exerço” estão negando o reconhecimento como um bom profissional e poderão amargar rapidamente o desemprego. Afinal, as funções nas empresas continuam as mesmas, contudo em número menor de pessoas para executá-las.
Atualmente, as atualizações nos organogramas são constantes e nenhum colaborador pode se dar ao luxo de ficar restrito ao que costuma fazer nas épocas de “vacas gordas”, quando os custos absorviam os erros, incompetências e desperdícios. Os tempos são outros: a crise mudou a perspectiva das empresas e ninguém é exclusivo.
A recomendação é para que todos ‘saiam do seu quadrado’ e tenham uma visão horizontalizada da empresa, pois a visão vertical e restrita não tem mais espaço no mundo corporativo. Esteja pronto para desempenhar as qualidades destacadas e ser um profissional que toda empresa deseja. Pondo-as em exercício, o crescimento e o sucesso serão conduzidos a você naturalmente.
(*) – Engenheiro Metalurgista pela Universidade Mackenzie, Mestre em Alumínio pela Poli/USP, Economista pela FGV, Master em Business Administration pela Los Angeles University, é presidente da Thomas Case & Associados e Fit RH Consulting.