Leandro Vieira (*)
No último dia 9, foi comemorado o ‘Dia do Administrador’, data que marca a regulamentação da profissão, que ocorreu em 1965.
De lá até aqui, o mundo mudou. E se o mundo muda, o administrador também precisa mudar. Afinal, como está sabiamente escrito na nossa literatura: é papel desse profissional “planejar, organizar, ajustar e mensurar estratégias e processos” – mas, principalmente, desenvolver pessoas.
Aqueles que não evoluem, assim, não são capazes de desenvolver ninguém. Então fica aqui a grande questão: como os administradores brasileiros têm se desenvolvido?
Ao contrário do que tem se ouvido cada vez mais na internet, a formação acadêmica é muito importante. Ela tem um peso incomparável em sua formação, enquanto profissional e como ser humano. É na faculdade que você, administrador, constrói suas bases.
Mas, há outra verdade: um administrador que para de aprender quando se forma, inevitavelmente, vai se tornar uma antítese de si. Um administrador que não aprende todos os dias, é um anti-administrador.
Isso porque, quando falamos de Administração, quem não contribui para o avanço é motor da ineficiência. A bem da verdade, temos de ser sinceros: o Brasil está cheio de anti-administradores. Alguns com diploma, outros que sequer já ouviram falar em Peter Drucker, pai fundador da Administração. E isso é muito ruim. Atrevo-me a dizer que é uma das raízes mais profundas do nosso atraso.
O 9 de setembro rememora a origem da profissão. Mas lembre-se de que ser administrador não é ter um diploma ou um registro. Muito menos é ocupar um cargo de direção. Cadeira, caneta, título, nada disso administra. Administrar é conduzir pessoas e organizações sempre pelos melhores caminhos, aos melhores destinos.
E isso só se faz com aprendizado contínuo, com o olhar aberto ao novo e com os ouvidos atentos às pessoas que estão à volta. A forma como consumimos se transforma a todo instante. Na era dos hologramas, metaversos e NFTs, a própria noção de realidade foi posta em xeque. Isso afeta como vivemos e nos comunicamos. Somos seres novos a cada dia em que acordamos.
Aquele indivíduo que aprende um ofício, consegue um emprego e trabalha nele até o fim da vida, é um item raro e não será mais produzido. Somos hoje um mundo regido pela urgência, pela vontade de mudar, pelo desejo de fazer e ser mais. E o mais fascinante: daqui a cinco ou 10 anos, tudo será muito diferente outra vez.
Regendo essa complexa orquestra, que ganha novos instrumentos a todo instante, está o administrador.
Se ele não segue aprendendo as novas músicas que a banda toca, é incapaz de segurar a batuta. Administrar é, antes de tudo, nunca parar de aprender. Se não é isso, é Anti-administração.
(*) – É fundador e CEO do Administradores.com e do Administradores Premium, primeiro streaming de lifelong learning do Brasil (https://administradores.com.br/).