Fernanda Andrade (*)
Com a crise econômica, o índice de desemprego está na casa dos 13 milhões. É muita gente buscando uma recolocação profissional.
E, como o mercado obedece a lei da oferta e da procura, muitos salários foram reduzidos. Dessa forma, está praticamente impossível encontrar a oportunidade dos sonhos. Mas, isso quer dizer que devo aceitar qualquer emprego? Não necessariamente.
Todos precisamos trabalhar, mas é preciso lembrar que o trabalho não é apenas um meio para a nossa sobrevivência, ele é também um meio para a nossa realização pessoal e profissional. Sendo assim, é muito importante que busquemos uma oportunidade que realmente nos complete e nos faça cumprir os objetivos profissionais que traçamos.
A questão financeira é sim muito importante, mas nunca deve ser avaliada de forma isolada. Quando surge uma oportunidade de emprego precisamos nos fazer várias perguntas. A primeira questão é sobre a cultura da empresa. É muito importante fazer o que se gosta e em um ambiente saudável. E, não há nada pior do que trabalhar em um local com o qual não nos identificamos.
Tudo parece se tornar um fardo. E, por mais que a necessidade financeira seja grande, muito provavelmente o profissional não irá aguentar isso por muito tempo. Outra questão é o alinhamento de competências. Muitas vagas podem ser para cargos e responsabilidades inferiores aos que você estava acostumado e, a princípio, isso pode parecer muito desestimulante. No entanto, tudo depende do ponto de vista e das oportunidades que podem ser oferecidas futuramente.
Nesse sentido, é imprescindível analisar as possibilidades de plano de carreira e desenvolvimento que a empresa pode proporcionar. Às vezes, vale a pena encarar um sacrifício temporário. O candidato também deve sempre avaliar o clima organizacional. Pesquise sobre a empresa e, se possível, procure conversar com atuais e ex-colaboradores.
Ninguém melhor do que eles para dizer se vale a pena investir nesta empresa. Empresas com bons ambientes de trabalho são muito mais saudáveis e proporcionam colaboradores mais felizes e produtivos.
Aquelas que oferecem opção de home office estão entre as que possuem maior índice de satisfação. No final, satisfeitos, todos saem ganhando.
Quem não está encontrando uma opção interessante no mercado de trabalho precisa avaliar também a possibilidade de seguir uma carreira solo.
Dependendo da área em que você atua, talvez seja possível se tornar um consultor. Nessa hora, também é comum alguns profissionais resolverem empreender. Nesse caso, é preciso muita cautela e planejamento para que o negócio dê certo. Estudar muito bem o mercado e a área em que se pretende atuar é fundamental.
Por fim, cabe destacar que a relação entre candidato e empregador deve ser sempre muito clara, honesta e transparente. Trata-se de uma situação equilibrada, onde um não tem vantagem sobre o outro. Desempregadas, muitas pessoas tendem a achar que devem aceitar “qualquer coisa”, mas isso não é bem uma verdade. Procure negociar de igual para igual.
A empresa não é soberana e cabe uma relação justa, onde o potencial empregado se sinta valorizado e respeitado.
(*) – É Gerente de Hunting e Outplacement da NVH – Human Intelligence.