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Desafios educacionais moldarão o futuro da aprendizagem

em Artigos
quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Rita Rangel (*)

Com a chegada de um ano novo, surge a necessidade de analisar as perspectivas educacionais e debater os desafios que moldarão o cenário educacional brasileiro ao longo deste ano. Em 2023, foi possível constatar desafios significativos na educação brasileira, especialmente em relação à reorganização do Ensino Médio e à necessidade de uma gestão mais eficaz da aprendizagem e das emoções dos estudantes.

Além disso, apesar das diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para um currículo mais aberto e relevante, muitas escolas ainda seguem atreladas aos concursos e vestibulares, o que pode dificultar o desenvolvimento de habilidades socioemocionais cruciais para a formação integral dos estudantes.

Dessa forma, algumas falhas educacionais ainda persistem, mostrando a preponderância do sistema educacional por aspectos quantitativos em detrimento dos qualitativos, em que a busca pela média muitas vezes leva à negligência do que não foi aprendido, criando obstáculos para uma aprendizagem contínua.

Por este motivo, para superar os desafios educacionais, é preciso inovar e repensar a dinâmica escolar, alinhando as expectativas entre família e escola, além de adotar abordagens mais individualizadas, como o trabalho em pequenos grupos e a incorporação de metodologias ativas, capazes de oferecer autonomia e formar estudantes mais engajados em sua própria aprendizagem.

Quando se fala em inovação, muitas instituições de ensino ainda se encontram distantes das vastas possibilidades que a tecnologia oferece. A falta de ferramentas interativas e plataformas personalizadas reforça esta questão, não oferecendo aos estudantes recursos interativos e adaptados ao percurso de aprendizagem individual.

Neste sentido, a incorporação da Inteligência Artificial (IA) como ferramenta de apoio à personalização da aprendizagem representa um potencial transformador para a educação, apesar do ambiente educacional no Brasil ainda não estar completamente preparado para essa integração.

Além disso, é notório que as gerações mais recentes têm buscado ativamente a aprendizagem por meio de tecnologias, como em plataformas e comunidades on-line, vídeos educacionais, cursos e outros ambientes que oferecem uma riqueza de informações ao alcance dos dedos, e possibilitam uma aprendizagem mais interativa e envolvente, evidenciando uma demanda crescente por metodologias e abordagens inovadoras na educação.

Dessa forma, a superação desses desafios exige uma colaboração estreita entre governos, instituições educacionais e professores, considerando as diversas realidades em um país tão grande quanto o Brasil. Neste ano, a promoção da saúde mental emerge como prioridade máxima em 75% das redes educacionais, conforme apontado pelo levantamento da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e da organização Itaú Social.

Por isso, a necessidade de desenvolver habilidades socioemocionais simultaneamente a aprendizagem de conteúdos cresce ainda mais. Afinal, é preciso entender que a saúde mental exige uma reflexão sobre as relações que se estabelecem no ambiente educacional e as diferentes realidades. Outro ponto importante está atrelado ao fato de que a escola e a família devem estar unidas para apoiar e valorizar a aprendizagem, compreendendo a singularidade de cada indivíduo, seus diferentes tempos, necessidades pessoais e a continuidade da aprendizagem ao longo da vida.

Assim, em meio aos desafios, a inovação, o uso efetivo da tecnologia, a atenção à saúde mental e a colaboração entre escola e família são a chave para repensar práticas e alinhar expectativas, a fim de construir um futuro educacional mais equitativo, justo e adaptado às necessidades dinâmicas da sociedade brasileira.

(*) – É gestora educacional da Rede de Colégios Santa Marcelina, que alia tradição à uma proposta educacional alinhada às principais tendências do mercado (https://www.santamarcelina.edu.br/).