Thais Barbosa 9*0
A instabilidade do cenário econômico atual está assustando muitos empreendedores, diretores, funcionários e o mercado em geral.
Conflitos políticos, debates, greves, todo esse contexto amedronta ainda mais quem está querendo empreender ou que já tem um negócio constituído. O quadro de instabilidade econômica que ronda o País deixa as pessoas com menos dinheiro e crédito, com uma carga tributária maior e com menos vontade de empreender. E as empresas precisam de flexibilidade e criatividade para se adequar às constantes mudanças de cenário. Mas o que podemos esperar para aqueles que não desistem de seus objetivos, empreendem e que são diretores de pequenas e médias empresas neste novo cenário?
Certamente, podemos esperar mudanças e adaptações para as empresas se manterem ativas e circulando capital. Novos formatos de vender, de chegar até o cliente, maneiras de apresentar o produto/serviço estão surgindo. Aqueles empreendedores que não pensarem fora da caixa, que deixarem de investir na compreensão do negócio, no desenvolvimento de seus colaboradores, nas ferramentas e tecnologias para a empresa e na gestão de pessoas, com toda certeza não colherão resultados e muito menos sobreviverão a esta crise. O segredo é se ajustar e se transformar.
O empreendedor que pretende passar e sobreviver à atual crise não deve se apaixonar por problemas, é importante manter o foco sempre na solução, no movimento interno, em mudanças, isso é o que transformará a realidade e os números do negócio. Uma crise econômica não é novidade para quem empreende e nem sempre deve ser interpretada como sinal de recessão. Empresa sem dinheiro é oportunidade de negócio, de luta, engajamento de pessoas e descoberta de novas oportunidades. É preciso se ajustar para continuar empreendendo e crescendo; não pensar em cortar gastos, mas em como fazê-los para conquistar e manter os bons resultados.
Para quem quer empreender e atuar neste cenário de mudanças é preciso ser líder, ter resiliência, motivar a equipe, diversificar a oferta de produtos e atender melhor o consumidor. Esses pontos são a chave de sustentação do crescimento e precisam ser o foco. A visão generalista encobre as diferenças, é fundamental ser preciso e diferenciar nas análises do negócio. Mas, você deve estar se questionando, se o assunto é empreender na crise, por que estamos falando de liderança?
Porque saber empreender, acreditar no negócio, agir e liderar é a receita do bolo. Além de ser empreendedor, é preciso ser líder. Esse empreendedor/líder tem que demonstrar outras habilidades decisivas, como entregar resultados, gerir e motivar pessoas e saber como lidar em tempos de crise, sem deixar a “peteca”, o movimento cair. Encontrar a melhor maneira de fazer isso em meio a tantas pressões do dia a dia é um desafio e tanto. Aprender a delegar e a influenciar todos os níveis da organização, além de manter o ritmo das vendas e dos negócios, requer habilidades clássicas de liderança e nem sempre delegar tarefas ou dar feedbacks serão as partes mais fáceis.
Acredito que este não é momento para desespero; é a hora de criar e enxergar oportunidades para troca de conhecimento e compartilhamento de experiências. É preciso unir forças e estimular uma reflexão sobre os desafios, para identificar oportunidades e soluções. Afinal, o empreendedorismo no Brasil não pode parar, pois é uma das grandes forças que impulsionam nossa economia. É fundamental debater mais sobre o tema e compartilhar casos de sucesso deste cenário de mais de 30 milhões de pessoas que empreendem, lideram e acreditam no Brasil.
Levando em consideração que empreender, ter um negócio próprio, é o terceiro maior sonho dos brasileiros, não podemos deixar a roda parar e precisamos usar a crise como escada para o grito de vitória. Crise sim, estagnação jamais!
(*) – É diretora comercial do Grupo Equipamed, um dos principais fornecedores de equipamentos médicos e hospitalares do Brasil.