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Crise: o que fazer para não desanimar?

em Artigos
sexta-feira, 21 de julho de 2017

Elaine Ribeiro (*)

Em meio à crise, posso chorar ou vender lenços. Esta frase pode ser um norte em meio às situações que vivemos neste tempo e também a forma como encaramos a vida.

A visão positiva ou negativa fica clara quando começamos a perceber a forma como reagimos às situações. É muito fácil entrarmos num estado de contaminação, de negativismo, frente às situações difíceis que passamos.
Viver em recessão pede de cada um de nós que possamos fazer uma boa revisão de vida e de hábitos. Em tempo de dificuldade, não devemos manter um estado de ilusão, mas sim, um estado de cuidado e precaução.

Uma das posturas muito complicadas em meio à crise é o conformismo: uma onda geral nos consome e faz com que sigamos numa inércia, num estado quase que paralisante. Passam a ser comuns as rodas de pessoas em supermercados, empresas, na rua, colocando todos os defeitos possíveis na situação. Essa mesma inércia faz com que as pessoas fiquem infelizes, logo, parece que nada tem saída.

Porém, o que vai nos tirar de qualquer crise na vida, na empresa e em todos os ambientes é a transformação. E para transformar algo são necessários dois elementos importantes: a disciplina e o zelo. A disciplina fará com que possamos estruturar um plano e seguir com ele. O zelo fará com que a intenção inicial, ou seja, o que queremos transformar, seja mantido.

Mudanças radicais correm grande risco de não serem concluídas, por isso, é importante que os passos sejam planejados. Às vezes, a primeira grande transformação que precisamos promover (e ela é bastante trabalhosa, por sinal) é interna. A transformação da forma como vemos o mundo e da forma como nos vemos (autopercepção) e como nos vemos inseridos no mundo. Ao vermos tudo de forma trágica e negativa, é bem provável que nossa tendência seja ver o momento de crise de uma maneira muito pior do que realmente é.

Se a nossa tendência é a do comodismo, de esperar que o outro venha ao nosso encontro para ajudar-nos em nossas necessidades, corremos o grande risco de uma profunda estagnação. Improvisar, tentar, fazer diferente. Estes são alguns caminhos para sair desta sensação de estagnação provocada pela crise. Não adianta criarmos uma ilusão de que tudo será como antes. O “antes” já não existe mais, e se ainda existe, talvez não comporte mais um novo tempo, que pede outras atitudes. Criar mais estresse com pensamentos também não te levará para muito longe.

Portanto: pare, respire, avalie o momento e procure tomar uma nova rota. Pensar positivamente não significa estar alheio a tudo que está ocorrendo neste momento. É pensar de forma conectada ao que se passa, porém, não dar foco apenas ao que é ruim ou negativo. É olhar além e pensar fora de todo aquele movimento de desânimo, indo adiante dele e olhando também para os lados, pois sair da sua situação pode, sim, oferecer outras oportunidades e não apenas nadar num mar de sofrimento.

A inteligência em tempos de crise está relacionada à adaptação, um tipo de inteligência que faz com que possamos, de fato, olhar além do momento, readaptar nossa vida e nossa forma de pensar e agir. Eleja bons exemplos de superação, firme-se naquilo que é bom e procure não dar exclusivo peso às dificuldades.

Se as situações não mudam, mude sua atitude, reveja, readapte, recomece!

(*) – É psicóloga clínica e organizacional e colaboradora da Canção Nova.