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Criatividade Exponencial: quando apenas ideias não bastam

em Artigos
sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Mas, depois de desenvolver mais de 1500 projetos e ver alguns se desdobrarem em mais de 150 países, percebi que não eram apenas as ideias que traziam o êxito. Entendi que, além da engenhosidade, era necessário ter um mindset prático e ironicamente, mais racional. A união entre imaginação e objetividade pode soar conflitante, mas a “criatividade exponencial” explora o potencial das duas capacidades na aplicação de projetos, produtos e serviços.

Assim, a ideia de que uma pessoa criativa não sabe gerenciar e que o administrador não consegue abstrair cai por terra. Para mim, preconceitos como esses fortalecem estereótipos e limitam as capacidades dos indivíduos. Assim, o estímulo à criatividade e praticidade resulta em uma grande vantagem competitiva. O profissional cria um repertório com referências diversas e consegue visualizar possibilidades em um cenário real.

Do ponto de vista mais corporativo, é importante citar que a criatividade exponencial pode ser aplicada de maneira abrangente e multicanal. Creio que esse mindset é obrigatório para equipes de desenvolvimento e projetos, ou times profissionais com atribuições similares. Combinar liberdade de comunicação, profissionais com backgrounds diferentes, pensamento abstrato, raciocínio lógico, liberdade para o aprendizado e para o erro, permite replicar e escalar soluções inovadoras de impactos enormes.

Claro, gerir uma equipe com esse perfil não é fácil, mas também não é impossível. Os criativos precisam ter referências objetivas e os profissionais mais centrados, devem ser estimulados. Na minha experiência, acho vantajoso estabelecer uma rotina criativa. Uma rotina calcada na confiança com os profissionais capacitados, é parte do segredo. A adoção de ferramentas de gestão de projetos e de comunicação é o restante da estratégia.

Além disso, as equipes de criatividade exponencial tem crenças e características marcantes, tais como: “sentimento de dono”, fixação por crescimento, senso de colaboração, aprendizado rápido, curiosidade e inquietude. As equipes funcionam bem em estruturas horizontais e buscam constantemente se reinventar. Confesso que gosto muito desse termo, bem mais do que “inovar”. Minha preferência parte da ideia de que nenhuma organização sobrevive se não tiver este conceito “reinventivo” em seu DNA.

Afinal, 90% das maiores empresas do mundo, deixaram de existir nos últimos anos. O diferencial competitivo caiu de 30 anos em 1984 para 5 anos em 2014, e hoje, certamente é muito menor. Veja a Apple, por exemplo. O seu valor é nítido na sua essência, no seu propósito, em seus produtos e serviços. Mesmo com as falhas, a empresa consegue estar e se manter no topo da cadeia de valor mundial.

No fim, a criatividade exponencial trata-se da capacidade de se adaptar e se antecipar aos cenários econômicos e mercadológicos com rapidez. Neste contexto, a criatividade exponencial significa usar o potencial criativo com o objetivo de impactar pessoas, trabalhando em rede, usando todas as ferramentas e tecnologias disponíveis e principalmente, trazendo benefícios e resultados reais. Não tem nada a ver só com uma “ideia bacaninha ou com invencionismo”.

(*) – Formado em desenho industrial pela ESPM e Administração pela FGV, além de cursos pelo ITS Rio, MIT e pela Harvard Business School, é fundador da Artluv e CEO da Blachere Iluminação Brasil.