Pedro Signorelli (*)
O OKR (Objective Key Results – Objetivo e Resultados Chave) é uma ferramenta de gestão que trabalha com duas frentes em conjunto – objetivos e resultados. Com isso, organizações e pessoas podem utilizar para estabelecer metas, atingir o seu desejo e o sucesso para si e para a empresa.
A ferramenta possui uma estrutura simples: um Objetivo a ser alcançado e métricas – os Resultados chave – que evidenciam se aquele objetivo foi alcançado. Pensando dessa forma, você olha e fala “ah, vou pegar essa colher vermelha na prateleira e sair usando”.
Apesar da estrutura simples, o OKR é complexo de ser implementado, não é um método que você sai usando, como um mouse plug n’play. É uma ferramenta de gestão, que exige conhecimento de uso e aplicação para extrair todo o potencial contido nele. Comprar uma colher em uma loja especializada não te faz um cozinheiro como o Fogaça, por exemplo.
Gosto de comparar os OKRs a um giz de cera, mas poderia ser comparado a um pincel também. Se você der um giz de cera na mão de uma criança, você vai obter um desenho de criança em um simples papel sulfite. Por outro lado, se você der essa mesma ferramenta de desenho para um artista, terá um resultado diferente, não é? O que o faz diferente de uma criança?
Ambos reúnem diversos elementos do contexto nos quais estão inseridos, e sintetizam o que entendem em uma superfície por meio de uma ou mais ferramentas. A menos que a criança seja seu filho, você não verá valor na arte que ela fez. Mas de um Van Gogh ou um Picasso, sim. Especialmente em um contexto de negócios.
Objetivo é um estado futuro que você, seu time e sua organização desejam alcançar. É um problema a ser resolvido. Os resultados-chave são as evidências da criação daquele estado futuro, de que aquele problema foi resolvido. Simples, não é? Vamos ver um exemplo:
• Objetivo: reduzir a taxa de inadimplência.
• Key Result 1: atualizar dados de contato de 100% dos clientes.
• Key Result 2: atingir 100% de análise de crédito.
Sua taxa de inadimplência é alta ou está em um patamar que não é desejado pela sua organização, quer dizer que você tem um problema. E você precisa saber quais são os pontos que previnem sua taxa para chegar ao patamar que deseja.
Provavelmente, você fará as coisas que estão listadas como KR, mas elas somente fazem parte do seu plano de ação, são parte do processo, e não o resultado em si.
Ao contrário, se você identificar os problemas em seu processo e atuar em cima das causas raiz ou pelo menos tiver ação sobre o efeito, você verá, como consequência do problema resolvido, a redução da taxa de inadimplência. Outra vantagem do OKR, além de estabelecer claramente problemas e objetivos a serem alcançados, é que é premissa da ferramenta os ajustes constantes e no curto prazo.
Assim, caso as medidas iniciais apresentem alguma falha, ou não caminhem rumo ao objetivo, elas podem e devem ser ajustadas e essas mudanças compartilhadas com todo o time, para que todos tenham pleno conhecimento do caminho a ser seguido, pois ao contrário da fala do filme Alice no País das Maravilhas, “Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve”, na gestão por OKR, todos têm que ter a certeza dos rumos desejados para o negócio.
(*) – Especialista na implementação do método OKR, fundou a Pragmática Consultoria em Gestão, com o objetivo de ajudar nas jornadas de transformação e gestão (http://www.gestaopragmatica.com.br/).