Luiz Antônio França (*)
Vamos pular a parte em que eu falo que o mundo mudou. Todo mundo já percebeu isso; quem não percebeu, está sentindo.
As turbulências da econômia, alterações no cenário geopolítico, uma sucessão de denúncias sobre crimes econômicos e fiscais, tudo isso combinado força uma reflexão e, mais que isso, praticamente obriga uma ação mais efetiva quanto aos controles e às práticas de gestão.
Ser ético, transparente, adotar medidas que garantam a equidade e a proteção de patrimônio e da reputação não são mais opções ou aspectos que possam se conduzir na base do jeitinho. Na verdade, nunca foram. Mas agora temos um olhar mais severo e com consequências que podem extrapolar os muros da empresa, alcançar numa velocidade absurda seus parceiros, clientes, colaboradores e comunidade.
Temos um avanço tecnológico, a quebra de paradigmas, a globalização e uma total renovação nas fontes de renda e estruturas de poder. O cenário é este hoje; e não há nenhuma garantia de que ele será o mesmo amanhã. Quem irá nos salvar? Nós mesmos. Mas, com posturas diferentes. É tempo de compartilhar. Principalmente conhecimento.
A interação inteligente de talentos e experiências faz toda diferença na dinâmica atual. Sejam bem-vindas a vitalidade e a ousadia dos jovens, sejam preservadas a maturidade emocional e o repertório acumulado pelos profissionais mais sêniores. Juntos, podem avançar mais rápido, construir valor e almejar um futuro. Independentemente do tamanho, uma empresa precisa oxigenar ideias e processos, com coerência, visão de mercado e análise profunda e sustentada em conhecimento técnico em várias frentes.
O desafio está nas equipes diversas que compõem a engrenagem dos negócios, do CEO aos gestores de áreas específicas; do Recursos Humanos às posições mais humildes que contribuem para que tudo possa funcionar, cada um fazendo seu papel. Os Conselhos de Administração e Consultivos também têm sido chamados a terem cada vez mais uma contribuição efetiva na sustentação das empresas e no planejamento de seus passos futuros.
É preciso que esse colegiado combine diferentes experiências e seja um ponto de reflexão, discussão e validação para as ações mais estruturadas e estratégicas. Atualmente, mesmo uma empresa de pequeno ou médio porte não pode prescindir de ouvir o mercado e de se antecipar no atendimento das demandas de seu nicho.
É na combinação de talentos, na troca saudável de ideias e propostas que um projeto ganha robutez e uma empresa se ferramenta para vencer os desafios da economia atual.
(*) – É presidente da França Participações.