Tiago Machado (*)
A qualidade do capital humano é um dos fatores que mais influenciam os resultados das empresas.
Por isso, recrutar e contratar colaboradores com o perfil correto é, talvez, a função mais importante de qualquer área de Recursos Humanos. No entanto, pesquisa recente mostra que, mesmo com toda a maturidade adquirida por esses departamentos e seus profissionais nos últimos anos, as corporações continuam errando muito nas seleções.
E alta rotatividade, não é novidade para ninguém, significa impacto direto no resultado. De acordo com pesquisa realizada em fevereiro último, pela empresa de recrutamento Robert Half, 41% das lideranças assumem ter feito alguma contratação equivocada no último ano. A sondagem ouviu 300 executivos brasileiros do chamado “C-Level”.
O uso de tecnologia da informação dentro do RH é algo necessário e os gestores sabem disso. Ainda assim, ao fazer uma análise do resultado, a impressão que fica é que algumas destas ferramentas, como aquelas que usam dados e inteligência artificial para contratação, retenção e gestão de carreiras de profissionais, ainda não foram adotadas ou estão sendo utilizadas de forma incorreta.
Os processos de seleção de talentos não orientados a dados resultam apenas em colaboradores que atendem ou superam as expectativas do respectivo gestor na metade do tempo. Estes dificilmente são os resultados que a maioria das empresas está procurando. A Inteligência Artificial (IA) é a ferramenta ideal para minimizar esses erros.
Na etapa dos processos seletivos, o uso da tecnologia proporciona maior produtividade ao permitir uma busca mais assertiva, além de maior agilidade na contratação e também um aumento significativo na capacidade de exploração de características de uma pessoa candidata, proporcionando assim, uma visão e entendimento mais amplo sobre ela.
Mais do que isso, empresas que usam esta tecnologia em todo o seu processo de gestão de pessoas conseguem, ao longo do tempo, identificar características que um profissional tem que ter para ser bem-sucedido em determinada posição, e a identificar candidatos que se encaixem nesses critérios (que não precisam ser necessariamente técnicos – podem ser humanos, como capacidades de persuasão e construção de relacionamentos).
Além de minimizar erros, a automatização das primeiras etapas de recrutamento, pode gerar ganhos de eficiência em torno de 20% a 30% das atividades diárias da equipe de recrutamento e seleção. Ou seja, mais produtividade, agilidade e redução de custos para as empresas, que podem direcionar seus profissionais para funções mais estratégicas.
Não se trata apenas de aprimorar e agilizar o sistema de contratação, mas também gerar ganhos financeiros capazes de impactar toda a operação de uma empresa, independentemente de seu porte. É certo que, quanto mais adequado for o perfil do profissional à vaga que ocupa, mais eficaz será o resultado do trabalho que desempenha.
(*) – É CEO da Rocketmat, especializada em soluções de Inteligência Artificial para a área de RH (https://www.rocketmat.com).