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Ciclos de prosperidade criados a partir da gestão humanizada

em Artigos
terça-feira, 23 de agosto de 2022

Luiz França (*)

As novas necessidades no mundo corporativo têm gerado grandes transformações nas organizações e, consequentemente, nas lideranças.

Embora ainda haja um grande caminho a ser percorrido, a flexibilização dos modelos de trabalho, a responsabilidade com o meio ambiente, com a saúde mental e a ressignificação da relação contratante-contratado têm feito gestores e profissionais de todos os setores buscarem aprimoramento, tanto pessoal quanto profissional.

A agenda global tem formado líderes mais sensíveis e conscientes em relação às pautas da sociedade, como o compromisso ESG, que prega a importância da aplicação de métodos de proteção ao meio ambiente, de melhoria na relação com os colaboradores, transparência nos processos, entre outros temas.

Podemos dizer que a pandemia foi responsável por despertar esse olhar sobre o mundo dos negócios, pois é notável a mudança nos escritórios, na gestão, no comportamento social e nas necessidades profissionais.

Empresas em todo o mundo — obrigadas ou não – passaram a olhar de forma diferente para o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal, a qualidade em todos os aspectos. Exemplos dessa mudança são o trabalho remoto – também chamado de home office, o híbrido e até a implementação da flexibilização e a redução da jornada de trabalho, com a semana de quatro dias.

Tudo isso está conectado com a propagação de uma cultura organizacional de confiança, capaz de gerar ciclos de prosperidade a partir da transparência no relacionamento com os colaboradores, investidores e com todo o público que interage com a organização. Mas, como disse anteriormente, ainda há um longo caminho a ser percorrido.

E os líderes serão os grandes responsáveis por concretizar o processo de evolução das relações de trabalho. Quando passarem a entender, de fato, que os colaboradores são pessoas – com prioridades, sentimentos e falhas -, ninguém mais trabalhará de forma robotizada, pautado no vício de conseguir apenas resultados exponenciais e, muito menos, no tripé “exploração da mão de obra, lucro sobre o cliente e abuso do fornecedor”, que por anos e anos foi o motivo de existência de um negócio.

O mercado exige, para ontem, líderes e condutas mais flexíveis. Isso é reflexo de uma geração de trabalhadores mais conscientes, que apoiam causas e procuram empresas que adotam medidas afirmativas em setores como o ambiental e o social, em temas relacionados à diversidade e à responsabilidade com a saúde física e mental.

Estar conectado com a agenda social é mais do que fazer belos textos e normativas internas. É preciso reestruturar o modelo de negócio e colocar em prática os discursos adotados.

(*) – Especialista em Gestão de Pessoas, é autor do livro “Cultura de confiança: A arte do engajamento para times fortes e que geram resultados”.