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Boas ideias para bons tempos

em Artigos
segunda-feira, 03 de abril de 2017

Luiz Gonzaga Bertelli  (*)

Pesquisa realizada com 309 empresas detecta as percepções e os maiores desafios que este 2017 traz para as empresas, em especial na área de recursos humanos.

Conduzido pelo Hay Group, braço da consultoria global Korn Ferry, inclui uma boa notícia: 60% das organizações acreditam que faturarão mais e 52% confiam que o ano será melhor do que 2016. Os números não são espetaculares, mas merecem comemoração ao indicar uma percepção de melhora no cenário a curto prazo.

No capítulo desafios, entre os cinco primeiros pontos apontados (i), está a necessidade de atrair, reter e desenvolver talentos com orçamento menor. Mesmo assim, 27% planejam aumentar seus quadros, 25% admitem que devem fazer alguns ajustes e o restante pretende manter as coisas como estão. Ou seja, mais uma notícia relativamente positiva: a tendência indica o fim das demissões em massa e de cortes profundos no pacote de benefícios.

O levantamento, entretanto, indica a persistência de uma grave falha na cultura organizacional das empresas brasileiras, ao apontar que 86% delas esperam enfrentar problemas com a atração de colaboradores qualificados. Ou seja, o mercado continua carente de mão de obra especializada, o que será um dos maiores obstáculos ao ingresso na tão esperada fase de desenvolvimento social e econômico sustentável.

Essa perspectiva – cujos efeitos negativos foram registrados em anos recentes de bonança, quando milhares de vagas permaneciam abertas por falta de candidatos adequados – deve servir de alerta aos gestores para que não descurem de utilizar instrumentos, como o estágio e a aprendizagem, que asseguram a formação socioprofissional dos jovens, dentro da cultura e dos valores organizacionais.

Se esses instrumentos funcionam? Para ficar em apenas um exemplo: sem a imposição de qualquer lei ou cotas, as empresas alemãs mantêm permanentes programas de capacitação de jovens e essa deve ser um dos fatores que levaram sua economia, destroçada após a II Guerra, a uma das posições no topo das mais desenvolvidas do mundo.

(i) – Pela ordem, treinamento e desenvolvimento de lideranças; dimensionamento da estrutura; gestão de desempenho/competências; atração e retenção de talentos; e clima organizacional.

(*) – É presidente do Conselho de Administração do CIEE.