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As transformações gerais e os jovens

em Artigos
terça-feira, 26 de março de 2019

Benedicto Ismael Camargo Dutra (*)

O século 20 foi muito pesado para os seres humanos devido à Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918) que trouxe penúria. A crise econômica de 1929 causou desemprego e fome.

A Segunda Grande Guerra Mundial (1939 a 1945) ocasionou muita destruição de vidas e cidades. Sobreveio um período ameno de graças para que a humanidade despertasse para o real significado da vida. Lá pelos anos 1980, a situação começou a ficar difícil novamente. Em 2008, nova crise financeira. O período mais ameno passou, a boa vontade foi encolhendo, poucos se conscientizaram sobre as leis da Criação e seus efeitos para o bem.

Em 2012 teve início um processo de transformações, e tudo passou a acontecer de forma mais acelerada, impulsionando para o sim ou não e a ansiedade do século 21 vai avançando pela mente das pessoas.
Infelizmente, nada mudou no ser humano que exerce posição de mando na esfera pública ou privada. Há pouca diferença entre o tempo dos mandarins chineses e o dos políticos modernos. Não escondem seus interesses particulares e não hesitam em praticar o poder para alcançar seus fins.

O uso e abuso das imagens acarretam consequências no cérebro estressado. De tanto ver imagens velozes, o cérebro passa a trabalhar sob esse impulso de acelerar tudo, e ao se defrontar com problemas, vai projetando as dificuldades em vez de, com a intuição no comando, planejar a ação necessária para solucionar tudo de forma adequada sem medo do futuro. É preciso conservar puro o foco dos pensamentos para manter a serenidade. Com o crescimento da indolência e comodismo, o ser humano deixa de ouvir o eu interior e se torna facilmente manipulável.

Tornam-se evidentes, a cada dia, as grandes transformações no modo de viver das novas gerações que, em geral, não absorveram os usos e costumes de seus pais e avós. Hoje, lamentavelmente, as pessoas estão perdendo a sua individualidade, não vão mais ao shopping center olhar as novidades nas vitrines, preferindo a Internet.

As pessoas estão pensando em blocos, ou seja, estão se agrupando por espécies; daí o surgimento da nova estratégia de reunir hábitos e gostos por blocos através das mídias sociais e outros mecanismos de controle do comportamento, para então passar a interferir nos desejos e preferências das multidões como meio de faturar e obter ganhos.

O gravíssimo é quando se formam blocos de pessoas descontentes com a vida, pois não a entendem, nem há esforço para compreendê-la, e facilmente se deixam levar pela insatisfação e revolta. O processo vai se desenvolvendo primeiro no imaginário das pessoas que vão sendo incentivadas a nutrir determinado tipo de pensamentos, nobres ou decadentes.

Com o adensamento, o que era imaginário velado vai se consolidando em formas virtuais através de conversas, escritos, sendo absorvido pela arte. Na fase posterior, o imaginário se transforma em realidade pelas ações das pessoas, resultando em enobrecimento ou decadência.

O declínio no preparo das novas gerações e o desconhecimento das leis da natureza comprometem o futuro da humanidade e do planeta. Como preparar as novas gerações? Desde cedo as crianças devem ser orientadas para a importância do aprendizado, do trabalho e da busca do significado da vida. Tudo segue o ritmo das leis da Criação. A natureza reage diante da tentativa dos homens de dominá-la quando deveriam compreender e respeitar as suas leis.

Sem sustentabilidade no trato da natureza não há futuro. Sem cuidar da sustentabilidade financeira, os governantes enchem o país de dívidas e condenam o futuro à escravidão. Estamos diante das consequências que estão tumultuando a vida. A insolvência nos ameaça e a natureza mostra a sua força. Um momento crítico que requer reflexão, oração e vigilância.

A grande transformação da humanidade ocorrerá quando as novas gerações perceberem, enfim, que nada acontece por acaso, que a vida tem o seu propósito e segue rigorosamente as prescrições das Leis Naturais da Criação que visam sempre o bem e o progresso real, mas também trazem o retorno de tudo que for contrário ao bem geral. A abrangência das leis da natureza é ampla e total.

(*) – Graduado pela FEA/USP, faz parte do Conselho de Administração do Hotel Transamerica Berrini, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre qualidade de vida. Coordena os sites (www.vidaeaprendizado.com.br) e (www.library.com.br). E-mail: ([email protected]); Twitter: @bidutra7.