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Alimentação e saúde na infância

em Artigos
segunda-feira, 20 de junho de 2016

Elisangela Rafaela Vilela dos Santos (*)

De acordo com dados do IBGE, uma em cada três crianças com idade entre 5 e 9 anos está acima do peso no Brasil.

As crianças, que costumeiramente seguem os exemplos dos adultos, têm adquirido hábitos alimentares inadequados, que tem ocasionado uma epidemia de doenças relacionadas ao sobrepeso e à obesidade. Colesterol alto, hipertensão e diabetes são alguns dos exemplos.

Ensinar bons hábitos alimentares desde a infância é muito mais fácil do que reeducar um adulto e evita diversos problemas de saúde. Na infância, a vivência de diferentes práticas, em diversos contextos, se consolida em forma de aprendizagem. Neste sentido, quando a criança não vivencia hábitos alimentares saudáveis em casa, dificilmente eles serão aprendidos.

A busca constante pela praticidade, que leva ao consumo frequente dos famosos “fast foods” e dos produtos industrializados e congelados explica, em parte, esta nova realidade. Neste panorama, o consumo de frutas, verduras, legumes e outros alimentos frescos que são fundamentais num cardápio diário, praticamente não existem.

Diante disso, a escola assume um papel fundamental ao trabalhar com o conteúdo de alimentação, para despertar nas crianças o interesse, a curiosidade e a consciência das consequências de suas escolhas à mesa. A importância deste trabalho é desenvolver nos pequenos a capacidade criativa e de levantamento de hipóteses, por meio da investigação e da pesquisa, compreendendo também o contexto e linguagem científicos.

Esse trabalho pode ser feito a partir de questionamentos e reflexões sobre os hábitos alimentares presentes no grupo. Experiências práticas em laboratório de ciências, o trabalho com a pirâmide alimentar e sua utilidade, as vivências realizadas na cozinha experimental do colégio, com o apoio de um nutricionista executando receitas saudáveis são algumas das estratégias que podem ser utilizadas no processo.

A conscientização das famílias também é importante neste contexto. Por isso, buscar a parceria escola-família é a chave para o sucesso. A criança, quando convencida dos benefícios de uma alimentação mais saudável, passa a ser um agente de mudança na sua família, questionando os hábitos já estabelecidos e compartilhando novas propostas, que vão desde receitas até a ideia de, quem sabe, construírem em família uma pequena horta.

Outro viés importante deste trabalho é a transmissão da correta informação sobre alguns alimentos industrializados tidos como saudáveis pelas famílias, mas que, na realidade, não são. É o caso dos sucos de caixinha. Muitas famílias acreditam que eles são saudáveis e melhores do que os refrigerantes, quando na verdade a quantidade de açúcar presente em ambos é praticamente a mesma. O incentivo ao consumo diário de frutas como lanche tanto em casa quanto na escola é a estratégia para desconstruir essas falsas idéias.

Portanto, em meio a tantas vivências e experiências práticas fazendo-se presentes no processo de aprendizagem das crianças, a escola tem papel fundamental de motivar os alunos para a importância de praticar hábitos alimentares saudáveis e levá-los para serem vivenciados junto de seus familiares, buscando não a estética, mas sim a saúde em primeiro lugar.

(*) – É professora regente do 2º Ano do Ensino Fundamental I, do Colégio Marista Santa Maria, da Rede de Colégios do Grupo Marista.