Ana Flávia Corujo (*)
Nenhuma empresa é uma ilha, mas, desde a globalização, o mercado tornou-se uma.
Ele está integrado, fazendo com que a frase divertida que diz que “uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa” caia de moda, porque agora só se fala de IoT (Internet of Things – internet das coisas, em tradução livre). Tudo fala com tudo, todos falam com todos e o sigilo ficou exposto. Estamos integrados e conectados. E por mais que as empresas tradicionais quisessem ficar na era neomedieval, o mercado já mudou faz tempo, assim como o consumidor, a comunicação e as necessidades.
Dentro deste contexto e um mercado em crise, crescer e diluir riscos pode ser um problema ou uma oportunidade. Um dos caminhos, tanto para as startups como para as empresas que estão há mais tempo no mercado, é estabelecer parcerias ou alianças estratégicas. Por mais que pareça que não existe mercado para todo mundo crescer e se multiplicar, existe sim! O que não tem mais espaço é continuar fazendo o mesmo e esperar um resultado diferente, como dizia Albert Einstein. Uma frase já muito usada, mas ainda muito em prática no mundo corporativo, e até mesmo fora dele.
As parcerias e alianças estratégicas têm se tornado o meio mais ágil de crescer e diluir riscos. Quando há uma convergência da competência de ambas as empresas, se gera algo que só passa a existir devido a esta união. Boas alianças permitem uma nova proposta de valor para o mercado, inovação e ampliação das competências, capilaridade e força comercial. As pessoas não entendem que os meus 50% com os seus 50% não dão 100%, mas 120%, 130%. Esse percentual a mais só existe devido a parceria. Afinal, juntos somos melhores.
Falando assim parece fácil. Mas chegar ao simples nunca é fácil. Para que as boas parcerias e alianças aconteçam é preciso seguir alguns princípios básicos, como objetivos comuns, transparência, sinergia, um modelo de negócio, papéis bem definidos, relacionamentos de confiança e comunicação clara. Se um desses itens nascer torto, as chances de dar problemas são grandes.
Também é preciso reforçar sempre que o combinado nunca sai caro, ou seja, é preciso colocar tudo o que foi combinado em um contrato. Costumo utilizar a analogia do jogo de tênis e frescobol: dois jogadores, duas raquetes e uma bola, porém com propostas e formas de jogar completamente diferentes. Mas como tudo na vida tem início, meio e fim, as parcerias ou alianças estratégicas durarão enquanto gerarem valor e tiverem objetivos comuns. Por isso, faça desse caminho um divertido jogo de frescobol!
(*) – É gerente de Alianças Estratégicas da Certisign.