Willian Kahler (*)
O que leva uma empresa a contratar e continuar expandido os seus negócios, em meio a um cenário adverso?
Nem todos são abalados em momentos de crise. Fatores como a natureza do business, o timing de mercado ou as diferenças entre setores fazem toda a diferença para que uma firma seja ou não afetada pelas turbulências externas. E mesmo que a atividade não seja diretamente abalada por um determinado evento, como no caso da Covid-19, é normal que seus gestores busquem cautela nestes momentos, estando seu negócio sob risco de impacto direto ou não.
Minha visão é que passar por cenários de adversidade exige renovação. E, neste ponto em especifico, é preciso agregar à equipe profissionais com qualidades distintas, que sejam capazes de implementar ações e processos que antes não existiam. Em contrapartida, é óbvio que esse tipo de movimento exige planejamento. Contratações acarretam custos, e cada empresário precisa adequar sua realidade com o mercado, seja renegociando dívidas de curto prazo, dando atenção ao fluxo de caixa ou até mesmo descontinuando projetos antigos.
É preciso que se faça um exercício de mensurar os benefícios dessa “oxigenação”, agregando vigor e criatividade à equipe – que podem ser essenciais para o caminho de saída de uma crise. Para o setor industrial, talvez, tal tarefa possa ser mais complicada, eu admito. Contudo, é preciso utilizar situações como essas, no mínimo, como aprendizado. Fica muito claro, para mim, que as empresas que estão contratando no momento são aquelas que não estão acomodadas com o que está acontecendo.
Baseando-me na célebre frase do ex-ministro da fazendo Pedro Malan, que dizia que ‘’No Brasil até o passado é incerto’’, acredito que a mudança esteja nas nossas mãos e não nas de terceiros. Na nossa própria história, encontramos exemplos de resiliência e criatividade, com olhar em um futuro muito mais brilhante do que o nosso passado.
Sempre foi assim e, provavelmente, será por muito tempo. Se o seu negócio não está sendo afetado pelas atuais situações delicadas, busque aproveitar a oportunidade para ampliar e escalar sua atuação, visando ao longo prazo. Se, do contrário, a crise o afeta, pense em como você pode superar essa situação reinventando-se e quais perfis de profissionais você precisa na sua equipe, para fazer essa revolução.
No nosso caso, em específico, as empresas do setor financeiro não param em momentos como esse. As pessoas continuam tendo necessidades financeiras, ainda precisam movimentar seus recursos e aplicar seu dinheiro. Uma vez que o cenário macroeconômico tem dificultado a tomada de decisão nos seus investimentos. Nós da Messem Investimentos, maior empresa de assessoria financeira do Brasil, enxergamos isso como uma oportunidade.
Os investidores precisarão cada vez mais de especialistas para auxiliá-los nessas demandas, o que faz com que continuemos contratando assessores de investimentos. De fato, queremos aumentar nossa equipe entre 30% e 35%, até o final do ano. Finalizando, afirmo que, para aqueles que enxergam condições, não vejo que seja o momento de recuar. Existem casos delicados, é claro, que podem e devem ser tratados diferentemente.
As incertezas existem e sempre existiram em nosso país. A frase adaptada de Tom Jobim já diz: ‘’O Brasil não é para amadores’’.
Precisamos acreditar e passar a enxergar o ‘copo meio-cheio”, pois aqueles que preferem “aguardar as coisas melhorarem” talvez fiquem esperando para sempre.
(*) – É sócio-diretor da Messem Investimentos- a maior empresa de assessoria financeira do Brasil.