Nuricel Aguilera (*)
Não é de hoje que estudiosos e pesquisadores dividem a população por gerações, de acordo com a época em que nasceram e elementos culturais que acarretaram em diferentes comportamentos.
Entre as mais recentes, estão: X (até 1980), Y (entre 1980 e 2000) e Z (entre meados de 1990 e 2009). No entanto, já é possível identificar uma nova classe nesse meio: a Geração Alpha, que abrange aqueles que vieram ao mundo de 2010 em diante. Segundo um estudo realizado pelo canal Gloob juntamente com a empresa Play Conteúdo Inteligente, os Alphas buscam experiências imersivas e interativas, duas possibilidades que podem ser cada vez mais exploradas por meio dos dispositivos digitais.
Vale lembrar ainda que esse é o único universo que essas crianças conhecem. Afinal, quando saíram das barrigas de suas mães, o mundo já era tomado por smartphones e tablets. Por isso, é comum que esses indivíduos tenham uma habilidade tecnológica natural, sem que os adultos tenham que ensiná-los como mexer nos aparelhos.
A criação de conteúdo a partir de vivências também é uma forte tendência entre os pertencentes desse time, de acordo com a pesquisa. Por isso, os canais no YouTube que compartilham o cotidiano de pessoas comuns são sucesso certeiro. Acompanhando essa tendência, uma pesquisa realizada pela empresa americana First Choice aponta que o sonho de 34,2% dos jovens de 6 a 17 anos é se tornar um youtuber.
Com desejos e competências tão evoluídas, o verdadeiro desafio fica na mão dos professores. Até porque, é necessário uma reformulação na educação com mais personalidade e com maior delimitação ao perfil de cada um. É necessário atenção e atualização constante no conhecimento por parte dos docentes, que normalmente são originados da geração X ou Y, para que possam acompanhar o desenvolvimento dos alunos.
Esse é o momento que as escolas precisam enterrar o antigo modelo de ensino e pensar em métodos atrativos e menos engessados. Materiais tecnológicos são imprescindíveis, juntamente com uma grade curricular que converse com os estudantes que, cada vez mais empoderados, necessitam do poder de escolha.
(*) – É fundadora do Instituto Alpha Lumen, ONG que propõe um modelo adaptativo de ensino e aprendizado para crianças e jovens (www.alphalumen.org.br).