Carlos Donizete Guimarães (*)
Na empresa em que atuo, recentemente inauguramos um centro de distribuição duas vezes maior que o anterior.
O passo foi extremamente positivo, do ponto de vista do aumento da capacidade de armazenamento dos produtos e maiores possibilidades de abordagem na logística. No entanto, com mais de 40 mil m², foi necessário aumentar o número de colaboradores e repensar nossa forma de liderar.
Além dos colaboradores diretos, lidamos diariamente com o apoio logístico de 44 transportadoras terceirizadas. Para conseguir dar conta de todo esse fluxo, precisamos exercitar ainda mais o trabalho em equipe, para identificar as dores de cada uma das áreas que envolvem a logística e, em conjunto, encontrar as melhores soluções possíveis.
Foi necessário conhecer de verdade os colaboradores que estão abaixo da minha gestão e garantir que a nossa parceria na rotina diária de trabalho fosse mútua. Para tanto, passei a aderir à liderança transformacional e a seus conceitos, no modo de me relacionar com os funcionários da empresa. Afinal, logística se faz com as mãos nas caixas, os pés na estrada e mentes brilhantes.
O conceito é diferente do transacional, que dita uma relação de troca, em que você cumpre a meta e ganha “X” ou “Y”. Ao adotar o modelo transformacional, passei a me atentar cada vez mais à equipe, prezar o bem-estar e buscar inspirá-la a dar o melhor que pode, para que as metas da área de Logística sejam alcançadas.
Posso dizer que a liderança que busco aplicar na empresa em que atuo está baseada em quatro princípios básicos:
• Consideração individualizada. Busco tratar cada um dos profissionais com quem lido de uma forma única, já que eles tem suas particularidades.
• Motivação inspiradora. Se eu preciso que minha equipe busque todos os dias melhorar os processos para alcançar os resultados, devo ser o primeiro a adotar um modelo de trabalho que seja exemplo e inspire.
• Influência idealizada. Quero ser visto como um líder confiável e que caminha lado a lado com todos os profissionais da área no dia a dia de trabalho.
• Estímulo intelectual. Incentivo meu time a buscar constantemente o crescimento profissional, a fim de conquistar benefícios para eles próprios e para a empresa.
Não existe exército de um homem só, nem liderança sem equipe. Nesta jornada, não estamos sozinhos e, quando estamos atentos às necessidades de cada membro de nossa equipe, podemos contribuir e estimular o desenvolvimento de forma inspiradora.
Para alcançar esse nível de relacionamento interpessoal, é necessário ouvir genuinamente, construir relações de confiança, demonstrar os objetivos de forma simples e clara e fazer mais perguntas.
Algo que aprendi ao longo da minha carreira é que perguntas abrem portas, respostas às fecham. Por isso, faça mais perguntas, corra riscos, compartilhe a visão e o sentido com respeito e orgulho, desafie ideias pré-concebidas, seja exemplo de engajamento e ética e, principalmente, difunda a cultura de forma inspiradora e criativa.
(*) – É diretor de Logística da The Fini Company (https://finicompany.com/).