Eduardo Shinyashiki (*)
Muitos são os desafios das famílias comprometidas com a evolução das crianças, principalmente no que diz respeito à educação e ao crescimento pessoal.
Afinal, o envolvimento dos pais é fundamental para que os filhos cresçam com autonomia, responsabilidade, capacidade de enfrentar as frustrações, de conviver com os outros – tudo para que se tornem adultos realizados. A presença dos pais desde a infância interfere diretamente no comportamento dos filhos, contribuindo para fortalecer a habilidade de resolução de problemas, de comunicação eficaz, de realização dos objetivos e do exercício da cidadania na vida adulta.
Todas essas competências estão relacionadas ao desenvolvimento e à prática das habilidades socioemocionais, que são divididas em quatro grupos: pessoais, sociais, cognitivas e produtivas. Nas pessoais, encontramos as características referentes a nós mesmos, como autoestima, autoconfiança, habilidades para conhecer e lidar com as próprias emoções, otimismo, responsabilidade, perseverança, entre outras.
Já as sociais estão ligadas ao nosso relacionamento com o outro e com o mundo, como comunicação, colaboração, empatia, valorização do próximo, trabalho em equipe e respeito à diversidade. As habilidades cognitivas, por sua vez, estão relacionadas à capacidade de aprender, compreender e integrar as informações, a agilidade de pensamento, reflexão, raciocínio, pensamento crítico, resolução de problemas e pensamento abstrato.
Por fim, as produtivas são aquelas que nos permitem criar resultados, como a criatividade, proatividade, determinação, resiliência, poder de inovação e iniciativa.
A atenção e o desenvolvimento dessas competências são cruciais para o sucesso da criança, seja na vida pessoal, nas relações interpessoais ou âmbito acadêmico. Várias são as formas de desenvolver e treinar as competências socioemocionais, mas cabe destacar a convivência com os adultos.
Afinal, são os adultos os principais modelos de como lidar com as emoções e as circunstâncias envolvidas – ou seja, é desde a infância que o ser humano se espelha no comportamento do outro, especialmente no das pessoas a quem mais admira, como os pais e professores.
Outras atividades que contribuem significativamente no processo de evolução das crianças são mostrar a importância de realizar as atividades em casa todos juntos e conversar sobre as consequências de determinados comportamentos, tanto os relacionados à própria realidade quanto à vivência das demais pessoas. Dessa forma, os pais conseguem ajudar no desenvolvimento da empatia e da capacidade de se assumir diferentes pontos de vista.
A conclusão de tudo isso é: as competências socioemocionais ajudam as crianças a persistirem nas tarefas mais desafiadoras, a pedirem ajuda quando precisam, a criarem laços de cooperação, a desenvolverem a atenção e o foco nas atividades. Dessa forma, tornam-se indivíduos plenos e prontos para fazerem a diferença no mundo e serem protagonistas da própria realidade e realização.
(*) – Mestre em neuropsicologia, liderança educadora e especialista em desenvolvimento das competências de liderança organizacional e pessoal, é referência em ampliar o poder pessoal e a autoliderança das pessoas (www.edushin.com.br).