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A força do autoconhecimento diante da crise

em Artigos
sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Heloisa Capelas (*)

Uma abertura sincera e transparente para se olhar, assim começa o processo de autoconhecimento.

É preciso iniciar por se ver com total honestidade, sem críticas, julgamentos ou defesas que me impeçam de seguir. No final do caminho, eu vou descobrir que está tudo na minha mão. Eu tenho o poder sobre mim mesmo e passo a olhar o entorno de outro ponto de vista. O entorno e o que acontece fora vai ter outro tipo de influência em mim. Eu deixo de ser aquela folha solta ao vento, sem controle.

E por que falo tudo isso? Para explicar que, diante do cenário atual, é o autoconhecimento que vai fazer com que a gente possa olhar a situação brasileira de outra maneira. Neste momento nós estamos começando a nos aborrecer porque só se fala nesse assunto e os discursos são dissonantes. E, apesar das estatísticas e previsões nada otimistas, a nossa vida continua. E aí te pergunto. Vamos deixar a crise tomar conta da gente, ou somos nós que vamos tomar conta da crise?

Existem muitos setores que estão se beneficiando e continuam sobrevivendo. Ou seja, nós estamos vivendo e as coisas acontecendo. Ficar desesperado, com medo, preocupados, pensando negativamente, começar a organizar a fuga do Brasil, parar o seu movimento interno de contribuir com o país. Qual é a saída? Com o trabalho de autoconhecimento eu aprendo que o movimento é individual e intransferível. O que significa que eu posso ir protestar nas ruas, posso participar de movimentos sociais, mas como eu vou encarar e o que eu vou fazer dentro da minha casa, dentro de mim é meu.

Quando eu sei que é meu, eu me responsabilizo por isso. E a responsabilidade me traz movimento. Eu fui mandado embora, eu estou desempregado. Eu recebi o seguro desemprego, eu levantei meu fundo de garantia. Eu vou fazer o quê com isso? Como eu vou empreender ou inicia a busca por outro trabalho? Nós vivemos uma crise, mas a saída está em nossas mãos. Como vamos encarar essa situação, sem responsabilizar ou culpar alguém?

Se eu não tenho olhos para mim, eu fico inseguro, eu fico com baixa autoestima e a culpa tem que ser do outro. Segundo os especialistas, essa crise vai durar mais uns dois anos, o que nós temos que fazer para nos manter com a cabeça fora d’água, que tipo de recurso nós temos? Que tipo de ajuste eu vou fazer na minha vida?

Nós vamos passar por essa crise, assim como outras que já tiveram. Como? Descobrindo quais são os nossos recursos internos, o que nós temos de talento e que podemos colocar à disposição para manter ou arrumar um trabalho. É importante pensar no que essa situação pode trazer de aprendizado e transformação para nós. É o momento de mudar de setor, mudar de ramo, descobrir a verdadeira vocação?

Talvez de dar uma controlada nos gastos, não ir tanto a restaurantes caros, não comprar a casa própria agora, não trocar de carro, mas ela vai passar, melhor ou pior, dependerá daquilo que nós fizermos.
Enquanto isso, precisamos descobrir um jeito de contribuir com o entorno e com a gente, mais assertivamente. Não adianta esperar que o outro nos dê a solução.

(*) – Especialista em Autoconhecimento e Inteligência Comportamental, atua no desenvolvimento do potencial humano há cerca de 30 anos. É autora do livro Mapa da Felicidade (Editora Gente).