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A floresta do futuro

em Artigos
segunda-feira, 20 de maio de 2019

João Comério (*)

O setor florestal brasileiro teve um desempenho destacado nas últimas décadas, impulsionado por fatores naturais, tecnológicos e de mercado.

Hoje, o Brasil possui cerca de 8 milhões de hectares de florestas plantadas, com destaque para o crescimento da área plantada de eucalipto e aumento da produção de celulose. Há ainda, entretanto, um imenso potencial para atração de capital de investidores financeiros no setor – o Brasil é o melhor lugar do mundo para se investir em florestas.

Explico o porquê: em primeiro lugar, a produtividade agro-florestal brasileira se beneficia da disponibilidade de água e da alta incidência de luz solar. Com isso, o Brasil está entre os países que oferecem terras produtivas com o menor custo, uma vez que a maior parcela do capital empregado no setor está na terra.

O principal diferencial brasileiro é a liderança mundial em produtividade florestal em grande escala – uma floresta que produz mais, custa menos, consome menos recursos naturais e fornece produtos e serviços de maior valor agregado. Mas como isso é possível, diante das constantes mudanças ambientais e de mercado, que trazem cenários de incerteza?

Destacamos aqui três principais pontos: os fatores naturais, as mudanças no mercado e, fundamentalmente, os avanços tecnológicos, capazes de impulsionar o setor, por meio da otimização do fluxo de caixa, capital empregado e custo do capital. Mas como? A adoção rápida de tecnologias disponíveis, por exemplo, pode trazer benefícios como redução de custo e otimização do capital empregado já no curto prazo.

Trata-se de um investimento capaz de mudar o patamar do valor do ativo florestal. Gestão e eficiência estão diretamente ligadas à otimização dos recursos existentes. Soluções 4.0 têm impacto disruptivo nesse processo. Para se ter uma ideia das diferentes possibilidades de uso da tecnologia, hoje são utilizados de forma padrão na indústria as planilhas em Excel e Sistemas Simples de Gestão Florestal (sistemas robustos de armazenamento, processamento e monitoramento de dados).

Em gestões mais sofisticadas, falamos no uso de BI – Business Intelligence (suporte inteligente para análise dados e tomadas de decisão) e em BPM – Business Process Management (sistemas com capacidade de análise e sistematização de processos organizacionais); já quando consideramos uma Gestão de Vanguarda, chegamos ao RPA – Robotics Process Automation (sistema com capacidade de automatização de decisões rotineiras) e Inteligência Artificial (sistemas com capacidade de tomadas de decisão complexas).

As novas tecnologias disponíveis aceleram e barateiam a etapa de medição da análise do desempenho operacional do manejo florestal, permitindo, inclusive, a coleta contínua de dados, por meio de plataformas robustas de análise, com emprego sistemático do conhecimento técnico, metodologia e ferramentas de análise (inteligência artificial).

Ganha-se tempo, que é o insumo mais caro em uma operação florestal.

(*) – Graduado pela Universidade Federal de Viçosa, com especialização em Princípios de Gestão na Columbia University, New York, é presidente do Conselho do Grupo Innovatech.