Pedro Signorelli (*)
É sabido por mitos gestores que o distanciamento imposto pelo período pandêmico tem desafiado líderes e suas equipes em relação à autoridade.
Contudo, observa-se que o caminho mais curto para essa conquista passa pelo reconhecimento da atuação dos integrantes do time e pela maneira como o líder orienta e apoia seus liderados na execução das tarefas.
O alinhamento de todos e os processos top-down, de cima para baixo, que consiste na definição de direcionamentos claros à equipe pelo gestor, e bottom-up, de baixo para cima, que é o contrário, trabalha no entendimento da equipe sobre a estratégia, favorecem o engajamento e estimulam a colaboração entre as pessoas, sem contar que são formas de fazer com que todos se sintam ouvidos e prestigiados.
Naturalmente o contato direto da alta gestão com cada colaborador é fundamental, mas, conforme o tamanho da companhia, se torna inviável, ainda assim, os rumos da empresa precisam estar claros e serem de conhecimento de todos, independente do cargo de cada um. Líderes de gerações mais antigas acreditavam que guardar as informações para si era sinônimo de poder.
Hoje em dia, é imprescindível um nível maior de compartilhamento das ações e intenções do negócio, para que haja um alcance de melhores resultados, conquistado pelo maior engajamento de cada integrante da equipe que, numa gestão aberta e clara, conhece o propósito de seu trabalho no dia a dia. Os gestores precisam agir de forma transparente com o time, entender e se adaptar às constantes mudanças do mercado.
Por isso, dia após dia, três letrinhas vão se tornando mais comuns nas companhias de todos os portes e segmentos: OKR – Objectives and Key Results ou Objetivos e resultados chave. A gestão por OKR é mais consistente e condizente com os tempos atuais por ser uma ferramenta extremamente adequada para comunicar a estratégia para toda a organização, incluindo as maiores, em um mundo em que a mudança acontece com cada vez mais velocidade pois tem como premissa a adaptação constante.
Não é demais lembrar que o crescimento e o desenvolvimento do próprio líder passam pelo crescimento e desenvolvimento do seu time. Neste sentido, o OKR pode ser encarado como uma oportunidade de grande alinhamento e possibilidade de que cada um demonstre e coloque em prática todo o seu potencial. Viver os princípios da metodologia pelos colaboradores vai permitir ao líder avaliar muito melhor qual o próximo passo para cada colaborador em seu desenvolvimento individual também.
Tendo em vista que o OKR foi uma ferramenta, uma metodologia eficaz de execução da estratégia para empresas como Nextel, Intel e Google, cada uma em um cenário muito singular, clientes, fornecedores e, especialmente, investidores deveriam pensar firmemente na adoção dessa prática em suas organizações.
Chamo a atenção para o tamanho do desafio vencido por estas empresas, e que qualquer empresa que também adote pode almejar uma agenda ambiciosa, prenúncio de crescimento.
(*) – Especialista na implementação do método OKR, é fundador da Pragmática Consultoria em Gestão (www.gestaopragmatica.com.br).