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A ética espiritualista

em Artigos
quarta-feira, 09 de novembro de 2016

Benedicto Ismael Camargo Dutra (*)

Época de desfaçatez e falta de ética no planeta Terra, onde a evolução espiritual da humanidade ficou postergada diante de interesses egoísticos que conduziram a vida por falsos caminhos.

O futuro é sombrio dado o avanço do despreparo da população e aumento da desesperança. Direita engana, quer dinheiro e poder; esquerda enrola, quer poder e dinheiro. Falta ética verdadeira. É o dinheiro que abre as portas nesta era em que mais vale o que se tem. Muitas pessoas vão para o serviço público para aproveitar a facilitação de negociatas. Outros vão para as jogadas especulativas.

O que temos hoje no Brasil e no mundo é o resultado dessa postura de levar vantagens pessoais, sem se preocupar com o todo. A situação se agrava com o avanço das crises, no entanto a crise básica, da qual todas as outras são filhas, é a espiritual, ética e moral. Por séculos tudo dependia dos dogmas e dos possuidores da terra. Com a ruptura religiosa, o dinheiro e seus detentores passaram a direcionar a vida.

Com a Revolução Industrial e a ampliação da economia monetizada surgiu a ética protestante, que incentivava o homem na conquista da riqueza; mas com o apego ao poder e ao materialismo, isso não foi suficiente para domar a cobiça daqueles que geraram um quadro de miséria planetária. Estamos na hora da Verdade. Necessitamos de estudos econômicos que organizem as flutuações que incham a demanda para logo cair em depressão e instabilidade.

Na natureza não adulterada pelo homem tudo funciona em equilíbrio; por que a economia tem que seguir sempre de forma artificial e desequilibrada? Os países com sede de poder sempre visam produzir para vender aos outros, gerando déficits e enfraquecimento da economia. O Brasil está doente e não é de hoje; faltam estadistas sérios e ética na política e nos negócios, fatos que se espalham como praga.

Falta equilíbrio em tudo. Negociatas no Estado. Comportamento especulativo no mercado. Enquanto há um alvoroço na finança especulativa, a economia real e o preparo da população foram resvalando para o brejo. Estamos de novo no velho buraco da dívida que vem travando o Brasil desde a proclamação da independência em 1822 e se perpetuou na república desde 1889.

O dinheiro não está circulando pelo país da forma necessária para manter a produção, o comércio e as esperanças de melhora. Tudo vai ficando deprimido. Finanças e política só têm olhos para 2018, ano eleitoral, e pouco se faz pelo hoje. Enquanto isso, a situação psicossocial do país não evolui para melhor, gerando incertezas.

Na educação observa-se que a direção e propósitos de vida estão sendo perdidos. Estudar e ensinar deveriam estar direcionados para o aprendizado da vida e sua finalidade, pois nitidamente se percebe que a humanidade se encontra num processo de degeneração, tido como normal, sem que as causas sejam seriamente pesquisadas.

Essas reflexões deveriam ser feitas por todos: famílias, autoridades, professores, empresas e a mídia. A geração que agora galga a adolescência e a anterior a ela, não se sentindo motivadas para estudar, avançar e progredir, se entregam ao prazer imediato e a revolta, pois não veem perspectivas. A falta de preparo para a vida é cada vez maior, o que favorece o desperdício de mais uma geração e isso já está acarretando a fragilização e estagnação do Brasil.

Os jovens precisam conhecer a trajetória espiritual da humanidade, pois a base para fortalecer as novas gerações e o país está no bom preparo para a vida. Uma nova ética deverá ser alcançada: a ética espiritualista com o reconhecimento das responsabilidades individuais perante a vida e os demais seres humanos.

(*) – Graduado pela FEA/USP, realiza palestras sobre qualidade de vida. Autor dos livros: Nola – o manuscrito que abalou o mundo; O segredo de Darwin; 2012…e depois?; Desenvolvimento Humano; O Homem Sábio e os Jovens; e A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade ([email protected]).