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A contribuição das empresas para renovação do ciclo d’água

em Artigos
terça-feira, 29 de outubro de 2024

Diogo Taranto (*)

A indústria de transformação no Brasil é um dos grandes consumidores de água, ficando atrás apenas do uso em áreas urbanas e na agricultura irrigada, conforme indicado pelo estudo da Agência Nacional de Águas (ANA). Em média, o setor utiliza cerca de 190 metros cúbicos por segundo, número que pode variar dependendo da produção anual.

Problemas de disponibilidade hídrica em regiões industriais densamente povoadas e a crescente contaminação dos corpos d’água tornam a busca por medidas mitigatórias uma providência urgente. A sociedade está cada vez mais motivada a encontrar soluções que garantam esse recurso vital para as gerações futuras.

Além disso, o descarte inadequado de efluentes na natureza representa um sério problema de saúde pública, pois polui rios, mananciais e facilita a proliferação de doenças. Portanto, tratar esses resíduos de forma adequada é fundamental para proteger o meio ambiente e prevenir problemas de saúde.

Por tudo isso é crucial economizar e otimizar o uso da água em todos os empreendimentos industriais e urbanos do país. Além do aperfeiçoamento e ajuste dos seus respectivos processos, a melhor solução é o reuso proporcionado pelo tratamento dos efluentes gerados por diferentes indústrias, para o qual há hoje tecnologias e sistemas avançados.

Adotar essa abordagem ecologicamente responsável é cada vez mais importante, considerando que o avanço das mudanças climáticas e as crises de escassez dos recursos naturais estão cada vez mais presentes em todo planeta. Atender às demandas dos consumidores, clientes, investidores e da legislação é essencial para o sucesso e a sobrevivência dos negócios.

Além de responder a essas demandas, o reuso proveniente do tratamento de efluentes contribui para a renovação do ciclo hídrico. Isso traz benefícios financeiros e sociais, como a redução do consumo da rede pública, o que preserva esse recurso para o uso da população. Também traz benefícios institucionais, de reputação e ajuda as empresas a seguir as regulamentações.

No entanto, é importante lembrar que o tratamento de efluentes deve obedecer às normas ambientais rigorosas para garantir a qualidade da água e/ou o descarte adequado dos resíduos industriais nos corpos receptores. Por isso, é essencial trabalhar com fornecedores e parceiros que tenham expertise e credibilidade nessa área.

No Brasil, como em muitos países, há leis e normas severas nesse campo, cujo cumprimento também expressa, transcendendo ao compliance e aos riscos de sanções legais, um compromisso ético com o ambiente e a sociedade.

Ao adotar práticas sustentáveis, como o tratamento correto dos efluentes e o reúso, as empresas não apenas economizam, mas também desempenham um papel importante na proteção ambiental. Elas mostram seu compromisso com o bem-estar humano, a saúde do planeta e a qualidade de vida, demonstrando responsabilidade cidadã perante as comunidades em que estão inseridas.

(*) – É diretor de Desenvolvimento de Negócios do Grupo Opersan (https://www.opersan.com.br/).