Nilton Hayashi (*)
O mercado de hardware está “commoditizando” rapidamente.
Há mais de 200 anos, Lavoisier nos ensinou que “[na natureza] nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, a partir de seu experimento de conservação das massas. Temos que nos transformar. Para muitos veteranos da tecnologia pode ser uma coisa dolorosa de se dizer, mas os clientes vêm mostrando menos interesse em hardware corporativo.
Cada vez mais, o hardware é commodity, impulsionado pelo processo de nuvem e da predominância dos hiper-scalers. No entanto, estamos vendo um aumento no uso de hardware especificamente configurado para uso em ambientes definidos por software – aqueles em que o hardware é simplesmente o host. Os requisitos de software estão cada vez mais impulsionando a especificação do hardware, já que a funcionalidade é cada vez mais entregue por meio do software, não do hardware.
Ou, em alguns casos, é onde estamos combinando hardware, software e propriedade intelectual para criar soluções dedicadas que estão focadas em executar uma única tarefa. O fornecedor de TI deve deixar de ser um provedor um serviço ou vendedor de um produto. Ele deve assumir o papel de reunir soluções para problemas dos negócios e se tornar um integrador de soluções para os clientes.
Estamos focando na experiência total do cliente – que começa entendendo o que ele quer, aspira e como atingir este potencial. Trata-se de uma abordagem elevada que cria experiências consistentes que são projetadas para superar as expectativas, sempre. Hoje, conseguimos criar infraestruturas digitais movidas por Inteligência Artificial (IA) focadas na capacidade de controlar roboticamente um dispositivo em um local a partir de outro usando Realidade Aumentada (RA).
Tudo isso baseado na visão computacional, em um campo de IA que treina computadores para interpretar e entender o mundo visual. Exemplos de visão computacional incluem reconhecimento óptico de caracteres e métodos para aquisição, processamento, análise e interpretação de imagens digitais.
Este exemplo de abordagem combina com o cenário atual, desenvolvendo soluções abrangentes de forma consultiva e com experiência tecnológica para entender as necessidades do cliente, prever suas demandas e fornecer uma solução responsiva e inovadora.
Como em qualquer tecnologia, existem pontos de diferenciação entre fornecedores que começam a desaparecer à medida que o hardware se torna uma mercadoria. Parte da razão para isso é a mudança do mercado, onde cada vez mais empresas estão usando sistemas baseados em nuvem.
Isso significa apenas que as empresas estão movendo suas cargas de trabalho para o hardware de outro fornecedor, rodando em um data center externo, muitas vezes em um país diferente e onde não há diferenciação de marca para servidores dentro desses data centers operados por provedores de nuvem de hiper escalados.
Acredito que as coisas aconteçam mais lentamente no armazenamento. Além disso, nem todo o hardware de armazenamento será commodity.
Por exemplo, em áreas como a recuperação de desastres, as empresas continuarão a investir para assegurar que tenham um backup recente que possa ser rapidamente restaurado, garantindo que qualquer tempo de inatividade seja reduzido ao mínimo possível. Mas quando se trata do armazenamento geral de dados não estruturados, vemos sinais das mesmas mudanças abrangentes que já ocorreram no mercado de servidores (pelo menos por enquanto).
E tudo se tranforma…
(*) – Bacharel em Ciências da Computação pela PUC-SP, com MBA em Sistemas de Informação e pós em Gerência de Projetos pela FIAP, é diretor de Serviços Digitais da Fujitsu.