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Três tendências da biotecnologia para o agronegócio em 2025

em Agronegócio
terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Inovações tecnológicas têm transformado profundamente o agronegócio, e a biotecnologia ocupa um papel central nesse processo. Ao unir ciência de ponta e inovação, ela promove avanços que impactam a agricultura e o meio ambiente, moldando um futuro em que a produção de alimentos seja mais sustentável. Além disso, agrega cada vez mais ganhos ao produtor e aos desenvolvedores de tecnologia. Segundo estudos da CropLife Brasil e Agroconsult, a biotecnologia gerou R$ 143,5 bilhões de receita extra ao agronegócio brasileiro nos últimos 25 anos.

O cenário nacional é especialmente promissor. O Brasil está a caminho de se consolidar como uma das maiores potências em biotecnologia agrícola: o país é um dos maiores produtores de grãos do mundo, é mega biodiverso, detém produção científica de alta qualidade em ciências vegetais e possui um mercado maduro de venture capital. Esses atributos apontam para um cenário favorável para a expansão e ascensão das agtechs – startups de biotecnologia voltadas ao agronegócio.

Entre as inovações em franco avanço, três tendências prometem ganhar maior relevância no setor em 2025:

  1. Biofertilizantes e Biopesticidas
    A aprovação da Lei de Bioinsumos reforça o compromisso do Brasil com alternativas sustentáveis aos tradicionais insumos químicos. Soluções como biofertilizantes e biopesticidas, baseadas em RNA, microrganismos e proteínas específicas, deverão impactar cada vez mais o agro, reduzindo os impactos ambientais negativos e atendendo à crescente demanda por alimentos produzidos de forma mais sustentável. O mercado de bioinsumos é um dos que mais cresce no agronegócio: em 2023/24, as vendas no Brasil aumentaram 15%, movimentando R$ 5 bilhões, segundo a Blink Inteligência.
  2. Agricultura Regenerativa e Microbiomas do Solo
    Práticas regenerativas e tecnologias baseadas em microbiomas estão redefinindo o manejo agrícola. Novos microrganismos, identificados pela Symbiomics, melhoram a saúde do solo, aumentam a fixação de nutrientes e a resistência das plantas a doenças, impulsionando a agricultura regenerativa.
  3. Disrupção para produção sustentável de alimentos
    Cerca de 80% da energia consumida pela população mundial provem direta e indiretamente de 4 culturas agrícolas: milho, soja, trigo e arroz. Somente milho e soja representam 50% desse total. Um dos maiores desafios para a produção dessas culturas é a incidência de doenças e pragas. Estas causam perdas estimadas em 20% do total de grãos representando bilhões de dólares. O controle de doenças e pragas é feito majoritariamente pela aplicação de pesticidas químicos, mas, nas últimas duas décadas, a biotecnologia tem contribuído significativamente na mudança desse quadro, como por exemplo desenvolvendo plantas transgênicas resistentes a insetos. O impacto de doenças e pragas na produção de alimentos será cada vez mais exacerbado pelos efeitos das mudanças climáticas. Eventos extremos como secas e excesso de chuvas aumentam a incidência de doenças e, neste sentido, é urgente a necessidade de inovações capazes de garantir a segurança alimentar global.