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Rastreabilidade na pecuária pode crescer a partir do engajamento

em Agronegócio
sexta-feira, 15 de setembro de 2023

A pecuária brasileira tem se esforçado para implementar de forma ampla soluções de rastreabilidade, para atender, especialmente, as demandas atuais dos consumidores e do mercado nacional e internacional, que exigem cada vez mais a comprovação da origem da carne produzida em território nacional. Os frigoríficos, por exemplo, superaram diversos desafios para criar plataformas próprias ou realizar parceiras com fornecedores para monitorar seus fornecedores diretos, ou seja, as propriedades rurais que vendem os animais diretamente aos frigoríficos.

O monitoramento é feito com o uso de georreferenciamento, entre outras soluções, que permitem fazer análises detalhadas sobre as propriedades rurais e sobre o cumprimento de critérios socioambientais. “O próximo passo está na cadeia de fornecedores indiretos, que são as propriedades rurais onde normalmente se faz a cria e recria do boi”, pontua Francisco Beduschi Neto, Líder da National Wildlife Federation (NWF) no Brasil.

Um dos maiores desafios, de acordo com Beduschi, está no engajamento dos produtores rurais, pois é preciso que eles compreendam a importância do aspecto socioambiental para a continuidade de sua atividade e para a pecuária brasileira. “Apenas monitorar não é a solução. Precisamos incluir esse produtor nas discussões, auxiliá-lo na adoção de melhores práticas e, caso haja algum problema, apresentar os caminhos para solucionar a questão”, explica.

Nesse sentido, a NWF tem trabalhado com frigoríficos e indo a campo conversar com esses produtores com o intuito de levar informação sobre todas as questões que impactam seu negócio. “É um esforço conjunto, mas que precisa ganhar mais escala”, ponderou Beduschi, que acrescentou a necessidade de um envolvimento maior por parte dos governos estaduais, pois a regularização socioambiental depende do envolvimento das secretarias estaduais. “Em estados com território muito extenso, como o Pará e Mato Grosso, há produtores no interior, com até 1500 quilômetros de distância da sede da secretaria do Meio Ambiente, e sem o conhecimento sobre como resolver suas pendências. Por isso, precisamos unir esses elos”.