Após seis anos de queda, o número de veículos zero quilômetro que foram adquiridos por meio de financiamento voltou a crescer em 2017. Foram 1,8 milhão de unidades financiadas no ano passado, alta de 3,5% em relação ao resultado de 2016, mostra levantamento feito pela B3, que considera automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e motocicletas.
O aumento das vendas financiadas, segundo analistas, é reflexo da redução da taxa básica de juros, a Selic, e do fato de o desemprego ter começado a cair em 2017. As condições mais favoráveis, que reduzem o risco de calote, levaram o brasileiro a demandar mais crédito e diminuíram um pouco a restrição dos bancos em liberar o dinheiro.
De acordo com a Fenabrave, associação que representa as concessionárias de veículos, o nível de aprovação de pedidos de financiamentos, que durante o período de retração do setor era de três a cada 10, subiu para quatro a cada 10 no segundo semestre do ano passado. Em 2012, quando as vendas bateram recorde, chegou a ser de sete a cada 10. O crescimento das vendas financiadas, no entanto, foi menor do que o do mercado de veículos como um todo, que também inclui as vendas à vista.
Enquanto os financiamentos subiram 3,5%, o mercado avançou 9,2%. Boa parte da discrepância se deve ao fato de que a retomada do mercado, que subiu em 2017 depois de quatro anos de queda, foi impulsionada principalmente pela demanda de consumidores de maior renda, que dependem menos do crédito e foram menos afetados pela crise econômica.
Em um recorte que considera somente os veículos leves novos, os financiamentos cresceram 7% no ano passado em relação a 2016, para 1,138 milhão de unidades, a primeira alta desde 2012. O volume representa 52% das vendas totais de veículos leves em 2017, um pouco abaixo dos 53% registrados no ano anterior (AE).
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