Fernando Maroniene (*)
Já parou para pensar como a popularização de recursos tecnológicos mudou a educação?
Se fizermos um paralelo com o ensino que tivemos quando mais novos, veremos que a tecnologia tem permeado as mais recentes metodologias educacionais – desde o ensino primário até o superior. Levando isso em consideração, veremos a importância das escolas se adequarem a esse cenário, adotando soluções robustas que permitam acesso a conectividade e, consequentemente, estimulem o melhor desempenho dos alunos.
Você pode estar se perguntando: mas por que dar tanta atenção para o digital quando o real ensino acontece na troca com os professores? As relações entre alunos e educadores são realmente fundamentais para um bom ensino, mas considere que, atualmente, os alunos podem encontrar respostas para praticamente qualquer pergunta em poucos segundos ao usar um celular, laptop ou tablet, o que, sem dúvidas, mudou muito a concepção de aprendizado.
Em uma sala de aula moderna, os educadores atuam como facilitadores, incentivando os alunos em suas pesquisas individuais e em esforços colaborativos. Um artigo recente do Boston Globe traz um bom exemplo de instituição que tem usado essas mudanças a seu favor. A publicação relata que a faculdade de medicina da Universidade de Vermont promete abolir todas as suas aulas tradicionais até 2019. A ideia é formar médicos com a habilidade de ouvir com atenção, preparados para a pesquisa científica, a colaboração e o pensamento crítico.
Com o uso da tecnologia, como sistemas de gestão da aprendizagem (LMS), e-mail e mídias sociais, os professores podem fornecer conteúdo – vídeos, podcasts, aulas, palestras pré-gravadas etc – para os alunos antes de entrarem na sala de aula. Por isso, acredito que em pouco tempo será essencial aos centros educacionais a garantia de contas de acesso, flexibilidade para impressão de arquivos a partir de qualquer lugar, conexão segura entre as salas de aula e ambientes externos e dispositivos móveis.
Isso não significa que a educação deve ser baseada apenas nas experiências digitais. Na verdade, a troca de experiências e orientação dos educadores é fundamental para que as soluções sejam bem aproveitadas pelos alunos. Tanto é que, de acordo com um recente estudo, a tecnologia na sala de aula é mais eficaz quando usada com foco cognitivo, em vez de expositivo. O mesmo relatório também indicou que os alunos gostam de usar computadores fora da sala de aula para atividades de formação profissional e interação social.
Sendo assim, a tecnologia deve funcionar como uma extensão da experiência natural do aluno. Vale ressaltar que o desempenho continua sendo o cerne das instituições de ensino. Por isso, os diretores acadêmicos precisam observar de perto os requisitos curriculares locais e globais, a proporção de alunos por educador e a qualidade geral do ensino e das ferramentas inovadoras.
Em síntese, acredito que a transformação dos métodos tradicionais se concentrará na atração de talentos e na satisfação das necessidades e demandas da próxima geração de alunos. Os melhores centros de ensino do futuro serão aqueles que integrarem a tecnologia às salas de aula e a seus processos de “back-office”. O resultado final será um ambiente que enriquecerá a interação entre professores, tecnologia e alunos.
(*) – É vice-presidente de marketing da Ricoh para a América Latina.