A indústria começa a apresentar sinais mais consistentes de recuperação. Em agosto, o índice de evolução da produção do setor chegou a 54,8 pontos. O desempenho marca a primeira vez, desde outubro de 2013, em que se registra alta na produção por dois meses consecutivos. Os dados são da pesquisa Sondagem Industrial, divulgada ontem (27), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Os indicadores da pesquisa variam de zero a cem pontos. Números acima dos 50 pontos indicam expansão e, abaixo deste patamar, retração. Indicadores de continuidade da melhora na indústria também surgem em relação ao emprego, após mais de dois anos de encolhimento no número dos postos de trabalho. “O índice de evolução do número de empregados, por sua vez, mostra que o emprego industrial esta´ praticamente estável. Além disso, não ha´ expectativa de novas demissões”, afirma o estudo.
A pesquisa da CNI mostra, ainda, que duas fontes de preocupação apresentadas na edição de julho tiveram melhora. Primeiro, o desajuste no nível dos estoques, que havia registrado 51,1 pontos, foi corrigido e chegou a exatos 50 pontos, demonstrando equilíbrio entre o volume efetivo ante o planejado. Por fim, a utilização da capacidade instalada chegou a 67%, alta de 2 p.p. em relação ao mês anterior, e de 1 p.p. ante o mesmo mês de 2015 e de 2014.
O empresário industrial também está mais otimista quanto ao próximo semestre. Pelo quarto mês consecutivo, o índice de expectativa de demanda apresentou alta, chegando a 56,9 pontos, nível mais elevado desde março de 2014. A perspectiva de aumento na produção, nos próximos meses, também é confirmada por nova alta no índice de expectativa de compras de matérias primas, que subiu 0,8 ponto, para 54,5 pontos, maior valor desde abril de 2014.
Em relação ao emprego, os dados mostram que o período de demissões na indústria está perto do fim. Em agosto, o índice de expectativa de número de empregados apresentou nova melhora, chegando a 49,6 pontos. Neste patamar, situando-se praticamente sobre a linha divisória de 50 pontos, sinaliza-se que não há expectativa de novas quedas no emprego industrial. “Ou seja, o fim das demissões na indústria está se consolidando”, diz a pesquisa (SJ/CNI).
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