Armando Lazzaris Fornari (*)
As cooperativas de crédito formam juntas a sexta maior instituição financeira do mercado, com ativos de R$ 221 bilhões e mais de 9 milhões de associados.
Em tempos de crise, os juros altos diminuem o consumo, o que prejudica as vendas e as empresas. Se essas não crescem, há mais desemprego e a economia encolhe. Enfim, essa novela é antiga e em grande parte do mundo o sistema financeiro funciona da mesma maneira. Ou seja, muda-se o país, continuam os problemas.
Criado com o propósito de ser um modelo que promova inclusão financeira de forma solidária e com valores democráticos, o cooperativismo de crédito cresce a passos firmes. Hoje, o sistema, segundo o Conselho Mundial de Cooperativas de Crédito, conta com mais de 200 milhões de associados em mais de 57 mil organizações de 105 países.
No Brasil, as cooperativas de crédito formam juntas a sexta maior instituição financeira do país, com ativos de R$ 221 bilhões. São, no total, mais de 9 milhões de associados em 1,1 mil cooperativas, que têm crescido em ritmo acelerado nos últimos anos. Elas ampliaram sua fatia de mercado nos ativos totais de 2,88% em 2015 para 3,57% em 2016, nos depósitos passou de 5,38% para 6,64%, no patrimônio líquido de 5,77% para 5,95% e nas operações de crédito, de 2,97% para 3,42%.
Com um ambiente favorável para o aumento das captações e na carteira de crédito, o cooperativismo de crédito deve continuar em expansão e consolidar-se no mercado financeiro nacional. Em tempos de economia em baixa, o sistema se destaca por todas as condições oferecidas pela modalidade, que não visa lucro, mas a relação humana. Nele, lucro não existe e é substituído por sobra, rateado entre todos os cooperados ao final do ano em exercício.
Mas qual o segredo do crescimento das cooperativas? A justificativa é até simples. Por terem forte atuação local e regional (sistema está presente em 95% dos municípios brasileiros, sendo que em 564 deles é a única forma de inclusão financeira disponível na região), elas mantêm-se próximas de seus associados mesmo em períodos de dificuldades, com estímulos ao desenvolvimento e apoio às comunidades em que estão presentes.
E se alguém ainda tinha dúvida sobre as operações cooperativistas, há de se ressaltar que o sistema oferece a mesma segurança dos bancos tradicionais, pois também é fiscalizado pelo Banco Central e conta com o Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito. As novas regulamentações do Conselho Monetário Nacional também garantem mais segurança e contribuem para a elevação da confiança no sistema.
Por tudo isso, as cooperativas estão prontas para ajudar os brasileiros com qualidade, eficiência e tecnologia. E esse é o nosso papel, como cooperativista, fomentar, a quem quer que seja, o fácil acesso ao sistema financeiro, de forma solidária e humana. Afinal, nós acreditamos em um país mais justo e nas pessoas e empresas que possam contribuir eficazmente para o seu desenvolvimento e crescimento.
(*) – É médico com especialização em Ortopedia, Traumatologia e Medicina do Esporte, presidente da Central Sicoob UniMais e do Conselho de Administração do Sicoob UniMais Bandeirante (www.sicoobunimais.com.br).