O JOVEM E A EDUCAÇÃO : UM BINÔMIO CRÍTICO
* J. B. Oliveira
“Esta juventude está estragada até o fundo do coração. Os jovens são malfeitores e preguiçosos. Eles jamais serão a juventude de antigamente. A juventude de hoje não será capaz de manter nossa cultura.”
“Não tenho mais nenhuma esperança no futuro deste país, se a juventude de hoje tomar o poder amanhã, porque essa juventude é insuportável, desenfreada, simplesmente horrível.”
O JOVEM: CONCEITO E PRECONCEITO
Michaelis define jovem como quem “está nos primeiros tempos de existência. Que tem a graça e o vigor da juventude.”
Alertavam os latinos, com razão: “omnia definitio periculosa est”. Quer pela dificuldade de se enunciar os contornos precisos de alguma coisa quer, quiçá, porque definição lembra definitivo, o que representa sério problema num mundo em constante mudança. Paralela à definição, a conceituação é mais livre: considera jovem não apenas quem está “nos primeiros tempos de existência”, mas flexibiliza-se para ir além dos trinta anos… Nos anos 60 — época da “juventude rebelde” — celebrizou-se a frase: “não confie em ninguém com mais de trinta”…
Pode-se aceitar, portanto, o conceito de que é jovem — em princípio — quem se acha ao redor dos trinta anos, embora afirme Douglas Mac Arthur que “a juventude é um estado de espírito”!
Já o preconceito aparece nas frases da abertura, que mostram que os jovens são frequente alvo de críticas quanto a seu modo de agir e viver. Críticas bem atuais, não? NÃO MESMO! Eis, respectivamente, suas fontes: um vaso de argila das ruínas da Babilônia, de mais ou menos 4.900 anos e as lamúrias do poeta Hesíodo, há aproximadamente 4.000 anos!
Na verdade, a juventude foi capaz de manter a cultura, não comprometeu o futuro do mundo nem se tornou pior. Ao contrário, melhorou. E muito. Hoje há cada vez mais — e cada vez mais cedo — jovens brilhando nas mais diversas áreas sociais, políticas, profissionais e acadêmicas!
O FATOR EDUCAÇÃO
“Educar é dar à alma e ao corpo toda a perfeição e a beleza de que são susceptíveis. ” (Platão, 429 –
“A base de todo estado é a educação de sua juventude” (Diógenes, 413 –
Desde os primórdios, sabe-se da indispensabilidade da Educação — com E maiúsculo — para a prosperidade social e econômica de um povo. Alertava Pitágoras (c. 570 –
Filosofia à parte, a história contemporânea mostra-nos um país destruído física, política, social e economicamente na Segunda Guerra Mundial, figurando, apenas 60 anos depois, entre as primeiras potências do mundo: o Japão! Seu segredo? Priorizou a EDUCAÇÃO. Dignificou o PROFESSOR e QUALIFICOU O ENSINO. O mesmo fez a Coréia e, em 30 anos, superou o Brasil e muitos outros países!
O tema fecha aqui. Tem, o Brasil, jovens extraordinários em quantidade e qualidade. A educação, porém, deixa a desejar! Sem valorização do Magistério e qualificação da Escola, tudo se torna inócuo, pois sem este segundo fator, não há falar em binômio!
*J. B. Oliveira, consultor de empresas, é advogado, jornalista, professor e escritor.
É membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e da Academia Cristã de Letras.
www.jboliveira.com.br – [email protected]