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Economia 30/08/2017

em Economia
terça-feira, 29 de agosto de 2017
Com congelamento do programa, governo espera economizar R$ 2,6 bi.

Decreto suspende aumento de benefício a exportador

Com congelamento do programa, governo espera economizar R$ 2,6 bi.

Os exportadores brasileiros não terão mais aumento de benefício de dedução de tributos, que estava previsto para 2018

Um decreto do presidente Michel Temer publicado ontem (29) no Diário Oficial da União manteve em 2% a alíquota de dedução do Reintegra, programa por meio do qual o governo devolve parte do faturamento das exportações de bens manufaturados como compensação por impostos indiretos cobrados na cadeia de produtos industrializados.
A fatia de dedução subiria de 2% para 3% em 2018. Essa decisão faz parte das medidas anunciadas no último dia 15 pela equipe econômica do governo para evitar um aumento maior na meta de déficit fiscal. O governo espera obter R$ 2,6 bilhões com o congelamento do programa. De acordo com o decreto, a alíquota de 2% vale até o dia 31 de dezembro de 2018. No último dia 22, o presidente Michel Temer chegou a dizer que conversaria com a área econômica sobre essa decisão de manter a alíquota.
“As dificuldades atuais são muitas e a primeira ideia era eliminar os 2%, e a ideia que permaneceu foi de manter nos 2%. Mas, ainda agora, conversando com os dirigentes do setor do aço, estamos ajustando uma conversa de todos com a área econômica do governo para verificar ainda se é possível uma modificação em face de tudo aqui que foi dito”, disse o presidente durante a abertura do 28º Congresso Aço Brasil, em Brasília (ABr).

Confiança da Indústria avançou 1,4 ponto em agosto

O indicador de produção prevista avançou 2,9 pontos, para 96,3 pontos.

O Índice de Confiança da Indústria avançou 1,4 ponto em agosto, totalizando 92,2 pontos, segundo levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgado ontem (29) em São Paulo. Houve alta da confiança em 11 dos 19 segmentos industriais avaliados. O Índice da Situação Atual subiu 1,6 ponto para 90,0 pontos, o maior valor desde maio de 2014. Contribuiu para o resultado a melhor percepção sobre o nível dos estoques.
A parcela de empresas que avaliam os estoques como excessivos caiu de 12,1% em julho para 10,8% em agosto, o menor percentual desde fevereiro de 2014.
Aumentou também o percentual de empresas que consideram o nível de estoques insuficiente: de 3,3% para 3,6% entre julho e agosto. Na avaliação da FGV, após piora consecutiva por quatro meses, as empresas continuam com estoques industriais indesejados em agosto. O Índice de Expectativas aumentou 1,0 ponto e foi para 94,4 pontos. Contribuíram as melhores perspectivas para a produção nos três meses seguintes.
O levantamento registrou alta na proporção de empresas prevendo produção maior de 29,1% para 34,2%. Aquelas que estimam produção menor passaram de 17,7% para 20,2% do total. Com o resultado, o indicador de produção prevista avançou 2,9 pontos, para 96,3 pontos. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada recuou 0,6 ponto percentual em agosto para 74,1%, nível próximo ao de junho e inferior à média no ano, de 74,5% (ABr).

Receita regulamenta tributação de remessas ao exterior

As alíquotas incidentes sobre remessas para o exterior serão alteradas, segundo Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal nº 1732/2017, publicada ontem (29) no Diário Oficial da União. De acordo a Receita Federal, a nova instrução foi ajustada para refletir a alteração ocorrida na tributação do ganho de capital de empresas. No ano passado, o governo anunciou novas alíquotas de Imposto de Renda (IR) sobre ganhos na venda de bens e direitos.
Até então, a lei tributária aplicava alíquota de 15% sobre o ganho de capital independente de seu valor. Essa regra foi alterada, passando outras três alíquotas de acordo com o ganho. A alíquota de 15% incide sobre os ganhos de até R$ 5 milhões. A alíquota de 17,5% para até R$ 10 milhões, 20% para até R$ 30 milhões e 22,5% acima de R$ 30 milhões (ABr).

Confiança do brasileiro marca 64 pontos em agosto

Índice Nacional de Confiança (INC) vai de zero a 200 pontos e está no campo negativo (abaixo de 100) desde julho de 2015; do início de 2017 até agora, o indicador vem caindo. O Índice Nacional de Confiança (INC) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) registrou 64 pontos em agosto – um a mais frente a julho, quando chegou à pontuação mais baixa da série histórica (63 pontos), iniciada em 2005. Desde julho de 2015, quando o INC ficou abaixo de 100 pontos pela primeira vez, o indicador não conseguiu retornar ao campo positivo.
Do início de 2017 até agora, a confiança também vem caindo, com 77 pontos em janeiro, 74 em fevereiro, 71 em março, 66 em abril, 68 em maio, 68 em junho e 63 em julho. “Esse forte pessimismo na sociedade aponta que a incerteza política abalou a confiança de todas as classes sociais e regiões de maneira homogênea, apesar da melhora de alguns indicadores econômicos. A política tem gerado desânimo no brasileiro”, comenta Alencar Burti, presidente da ACSP. “Esperamos que, com a continuidade da queda da taxa básica de juros, o ânimo do consumidor melhore”, complementa (AI/ACSP).

Cresceu a produção mundial de café

A safra 2007/2008 correspondeu a 124,4 milhões de sacas de 60kg, sendo 74,8 milhões de café arábica e 49,6 milhões de café robusta. Após uma década (safra 2016/2017), a produção global evoluiu para 159,1 milhões de sacas, das quais 98,8 milhões de café arábica e 60,4 milhões de café robusta, o que representa um acréscimo total de 28%. O consumo mundial teve acréscimo de 21,5%, pois era de 128 milhões de sacas e passou para 155,6 milhões.
Nesse mesmo período, as exportações tiveram crescimento de 27%, passando de 100,2 milhões de sacas para 126,9 milhões de sacas, em nível mundial.
Esses dados e análises da conjuntura mundial do café, da última década em análise, entre outros de interesse para o setor, constam da publicação da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura (Embrapa Café).