As conversas para um acordo bilateral entre o Mercosul e a União Europeia estão avançadas e o documento final pode ser assinado no começo de 2018, afirmou ontem (11), o subsecretário geral de assuntos econômicos e financeiros do Ministério das Relações Exteriores, Carlos Márcio Cozendey. Já as conversas comerciais do Brasil com o México estão “bastante difíceis”, disse ele durante seminário do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV).
O governo brasileiro começa em junho reuniões para buscar um acordo com um grupo de países europeus, que inclui Suíça, Noruega e Islândia, e no segundo semestre a expectativa é que tenham início conversas comerciais com o Canadá. “A negociação que está mais avançada no momento é a do Mercosul com a União Europeia”, disse Cozendey. Para aprofundar e alcançar a fase final das conversas, era preciso passar pelas eleições francesas, que terminaram no último domingo.
“Havia resistência, liderada pela França, na área agrícola”. Uma vitória da candidata de extrema direita, Marine Le Pen, praticamente representaria o fim das conversas, afirmou o subsecretário. Agora, a expectativa é chegar em dezembro com o resultado “quase final” do acordo, ressaltou. Assim, a assinatura final pode ocorrer no começo de 2018.
O acordo comercial do Brasil com o México, disse Cozendey, está “bastante difícil” de avançar. “A resposta mexicana tem sido limitada”, disse, destacando que é difícil entender a estratégia do país, que já negociou uma série de acordos com vários países. Segundo ele, não é só a questão agrícola que tem dificultado as conversas, mas também as industriais. Ele destacou em sua apresentação que o Brasil optou por ter uma série de acordos regionais, fechados com países como Chile e Bolívia e outros em andamento para fechar em breve, com Peru, Colômbia e Equador.
Com o Japão, Cozendey disse que tem havido certa resistência, porque o país está preferindo rearranjar sua estratégia para a Ásia após o fim da Parceria Transpacífico, que acabou após a posse de Donald Trump. “Temos dito a eles (Japão) que o Brasil tem pouca capacidade de fazer várias negociações ao mesmo tempo. Quem chegar primeiro, a gente se engaja. Quem não chegar, perde as preferências do mercado brasileiro” (AE).
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