Flavio Amary (*)
Olhando de maneira isolada as medidas que vêm sendo anunciadas pelo governo federal nos últimos meses, certamente uma ou outra pode mostrar-se tímida ou incapaz de produzir grandes efeitos.
No entanto, considerando o conjunto, o resultado pode impactar positivamente a economia, em curto, médio ou longo prazo. O Executivo federal busca também, por meio de diversas ações, simplificar processos, trazendo agilidade e desburocratização. Aliás, essa tem sido uma marca dos novos governos, que entendem que algumas medidas, além de não onerar os cofres públicos, proporcionam agilidade para o empresariado e permitem reativar a economia – algo que precisa acontecer com celeridade.
Tomemos como exemplo a indústria imobiliária, reconhecidamente grande indutora da economia. Dentre as medidas colocadas em prática nos últimos meses, está a ampliação do uso do FGTS para abater prestações em atraso da casa própria para imóveis financiados pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo. Apesar de temporária, é uma iniciativa que pode ajudar a aliviar o bolso de muitos cidadãos até o final de 2017.
As mudanças promovidas no programa Minha Casa, Minha Vida, principalmente a redução da taxa de juros para financiamento, também contribuirão para que um número maior de pessoas tenha acesso à casa própria. A expectativa é atender, neste ano, mais de 600 mil famílias, separadas por diversas faixas de renda. É pouco, comparado ao déficit habitacional – hoje em torno de 6 milhões de moradias -, mas não deixa de ser um ponto de partida. Até porque, o programa busca solucionar de forma complementar o déficit de moradias e a necessidade de produção.
Outra iniciativa recente do governo, também temporária, foi o aumento do valor máximo para aquisição de imóvel com recursos do FGTS, que passou de R$ 950 mil para R$ 1,5 milhão. Juntas, essas e outras medidas trazem um novo ânimo para todos, consumidores e empreendedores. A indústria imobiliária, por meio de quase 10% do PIB, assume grande responsabilidade na reativação econômica. Quando se fala em habitação, há um efeito em cadeia na economia, que inclui mão de obra, compra de materiais de construção, aquisição de móveis, eletrodomésticos e tantos outros produtos e serviços.
Essa é a importância da cadeia da indústria imobiliária, do Construbusiness, que é um forte gerador de empregos e de renda, tudo o que o País mais precisa agora. Nesse aspecto, vale destacar mais uma decisão fundamental do governo, que foi a assegurar ao setor de construção a manutenção da desoneração da folha de pagamento, justamente por entender seu grande poder de geração de novos postos de trabalho.
Além do Executivo federal, vários municípios e Estados, com uma diversidade de ações, buscam atender as necessidades do povo brasileiro que, mais até do que a habitação – que é importante, sim -, quer empregos. Do ponto de vista econômico, reduzir o desemprego é aspecto fundamental para o País. São mais de 13,5 milhões de brasileiros fora do mercado de trabalho e, consequentemente, sem renda, poder de compra, fora do consumo, da geração de riquezas e da arrecadação de impostos.
A preocupação do nosso setor, ao levar no mês passado ao presidente da República Michel Temer uma série de propostas construídas em consenso com órgãos do poder público, é justamente minimizar os efeitos negativos desse alto nível de desemprego. Essas ações para estimular a recuperação econômica por meio da indústria imobiliária proporcionam mais confiança e criam um cenário de grandes oportunidades no mercado.
Este é um momento especial e positivo para aqueles cidadãos que estão empregados, que possuem renda e que buscam realizar o sonho da casa própria. Há diversas opções de imóveis, em várias regiões, com facilidades de aquisição e disponibilidade de recursos. Basta que o interessado escolha as condições mais adequadas ao seu bolso e aproveite para realizar um bom negócio. A hora é agora!
O ambiente é favorável e, como já disse, o momento é de oportunidades. Os dois últimos anos foram difíceis, mas agora começamos a viver um novo ciclo. A inflação está controlada, os juros estão baixando e o mundo vê nosso País com outros olhos. Este é o ano da retomada, da virada. Para celebrar a chegada de ventos favoráveis, temos de renovar o ânimo, trocar a dúvida pelo otimismo e multiplicar o retorno da confiança.
(*) – É presidente do Secovi-SP e reitor da Universidade Secovi-SP.