Presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn. |
Davos – O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, previu que as projeções do mercado financeiro para o IPCA de 2017, na casa de 4,8%, vão continuar a cair em direção às feitas pela instituição, de 4,4%, no cenário de mercado. “Acho que vamos ver as projeções do mercado convergindo para a meta”, disse em relação ao alvo de 4,5%.
Ilan Goldfajn enfatizou que, quanto mais as expectativas estiverem ancoradas na meta, mais a instituição tem espaço para focar nos efeitos secundários de alta da inflação. Perguntado se o BC está neste momento agora, ele respondeu: “Sim, acredito que estamos lá agora”. O mercado financeiro chegou ao consenso de que a taxa básica de juros, atualmente em 13,00% ao ano, terminará 2017 em um só dígito. Goldfajn, no entanto, não quis apresentar uma avaliação sobre se essa estimativa está otimista ou em linha com a realidade.
“Não vou comentar expectativas de mercado em relação à Selic. Cada um tem seu cenário, e nós temos o nosso”, comentou. Em termos de inflação, Goldfajn disse que o BC está indo na direção que precisa em relação à inflação. Disse também que vai esperar pacientemente as agências de risco atuarem na direção que os ativos já mostram de melhoria dos dados da economia brasileira. Ele salientou que a Bolsa já mostra melhora, assim como o Credit Default Swap (CDS).
Para ele, as reformas que serão feitas pelo País também levarão a mudanças de percepção de risco, inclusive de agências de risco, que têm seu processo e podem levar algum tempo para fazer mudança. “Mesmo a queda da inflação, que pode trazer percepção de risco menor, já aparece nos preços de ativos de mercado”, disse, citando a alta da Bolsa e a baixa dos juros futuros. “Isso deve ser visto nas classificações das agências em algum tempo. Não sei dizer quando”, considerou (AE).