Julio Cosentino (*)
Não é novidade para ninguém que o País enfrenta uma crise econômica e política sem precedentes e que, por isso, a maioria das empresas, de todos os setores e portes, passa por dificuldades até mesmo para se manter no mercado.
Crescer, então, passou a ser um verbo distante, de pouco uso. Para se ter uma ideia desta problemática que estamos vivendo, em 2015, aproximadamente 1,8 milhão de empresas encerraram as suas atividades. De acordo com a consultoria Neoway, que realizou essa pesquisa, esse número é o triplo do registrado em 2014. É fato, também, que não é apenas a crise que dificulta o andamento das empresas aqui no Brasil.
A burocracia exagerada para diversas atividades é um dos principais entraves para que muitas cresçam e gerem mais empregos, o que daria à população mais poder aquisitivo e, consequentemente, faria a economia girar de maneira positiva. A boa notícia é que esse cenário, felizmente, está começando a mudar. O governo de São Paulo, por exemplo, lançou recentemente uma linha de crédito para pequenas e médias empresas, o Crédito Digital.
Para acessar o crédito, que é aprovado em três dias úteis, as empresas precisam ter faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 16 milhões, estar inscritas no Cadastro de Contribuintes do ICMS no Estado de São Paulo e ter um Certificado Digital, que ganha mais aplicações, porque ajuda na desburocratização de processos, como o mencionado. Ele identifica inquestionavelmente no meio eletrônico, garantindo a autenticidade da operação. Outro ponto é que ele pode ser usado para assinar documentos com validade jurídica, garantida pela legislação brasileira.
Em resumo: ele permite, com segurança, que processos físicos, demorados e burocráticos, sejam feitos no meio digital com agilidade, redução de custos e sustentabilidade. Sem pilhas e mais pilhas de papel e a necessidade de deslocamentos. São por esses motivos também que desde o final de 2015 as empresas que se enquadram no Simples Nacional precisam ter Certificado para entregar a GFIP e o eSocial. Até o momento, os empregadores com mais de 10, 8 e 5 funcionários já estão fazendo essas entregas usando a tecnologia. Em janeiro, será a vez daqueles que possuem mais de 3 pessoas empregadas.
O que vale ressaltar é que o empresário, seja ele micro, pequeno, médio ou grande, precisa ter conhecimento de que o Certificado Digital não serve apenas para entrega de obrigações. Ele é uma ferramenta de gestão de negócio que desburocratiza processos. Com ele, imagine só, um contrato pode ser firmado durante um fim de semana na praia, com toda comodidade. O signatário acessa o documento por meio do celular, usando a versão mobileID, e com poucos cliques o negócio é formalizado. Sem papel, sem caneta, sem burocracia.
(*) – É vice-presidente da Certisign e presidente da ANCD (Associação Nacional de Certificação Digital).