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Economia 24/08/2016

em Economia
terça-feira, 23 de agosto de 2016

Déficit nas contas externas atinge menor nível em sete anos

O aumento das exportações fez o déficit nas contas externas fechar julho no menor nível para o mês desde 2009.

O aumento das exportações e a redução das importações e dos gastos de brasileiros no exterior fez o déficit nas contas externas fechar julho no menor nível para o mês desde 2009

Segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC), a conta de transações correntes fechou o mês passado com resultado negativo de US$ 4,05 bilhões. A última vez que o déficit tinha ficado em nível inferior para meses de julho tinha sido em 2009, quando o indicador tinha registrado resultado negativo de US$ 2,555 bilhões.
No acumulado de 12 meses, as contas externas têm déficit de US$ 27,9 bilhões, o equivalente a 1,57% do PIB. O percentual é o menor registrado desde novembro de 2009. As transações correntes ou contas externas englobam o saldo da balança comercial (exportações menos importações), a conta de serviços (entrada e saída de serviços entre o Brasil e o exterior), a conta de rendas (que inclui remessas de lucros e pagamento de juros e dividendos) e as transferências unilaterais (que englobam doações de emigrantes e de organizações não governamentais).
O indicador mede a vulnerabilidade do país a crises internacionais. Quanto menor o déficit, menos o país é afetado por uma eventual fuga de capitais. Para este ano, o BC projeta déficit de US$ 16 bilhões nas contas externas. A estimativa só será revisada em setembro. Os déficits nas contas externas são cobertos por meio dos investimentos estrangeiros diretos, quando empresas estrangeiras abrem negócios e criam empregos no país, e pelos investimentos em carteira, que abrangem o mercado financeiro e são a conta que registram maior volume de fuga em meio a crises internacionais.
Os investimentos estrangeiros diretos somaram US$ 33,894 bilhões de janeiro a julho, montante 8,2% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado. Para o ano, o BC projeta investimento estrangeiros diretos de US$ 70 bilhões, volume um pouco menor que os US$ 75,1 bilhões registrados em 2015 (ABr).

Pontualidade de pagamentos abre o segundo semestre em baixa

A cada 1.000 pagamentos realizados, 952 foram quitados à vista.

A pontualidade de pagamentos das micro e pequenas empresas atingiu 95,2% em julho. Isto significa que a cada 1.000 pagamentos realizados, 952 foram quitados à vista ou com atraso máximo de sete dias. Este nível de pontualidade foi menor do que o observado em julho do ano passado (95,6%) é o que aponta o Indicador de Pontualidade das Micro e Pequenas Empresas da Serasa Experian.
De acordo com os economistas da Serasa Experian, as dificuldades financeiras das micro e pequenas empresas, relacionadas à recessão econômica e aos juros altos, persistem neste início de semestre, determinando recuo dos níveis de pontualidade de pagamentos em comparação aos observados nos mesmos períodos do ano passado.
As micro e pequenas empresas do setor comercial apresentaram o maior nível de pontualidade de pagamentos em julho de 2016: 96,4%. Nas indústrias a pontualidade de pagamentos foi de 94,9% ao passo que nas micro e pequenas empresas do setor de serviços a pontualidade foi de 93,3%.
Em julho de 2016, o valor médio dos pagamentos ficou praticamente estável em relação ao mesmo mês do ano passado (R$ 1.792 contra R$ 1.790). O valor médio mais alto foi registrado pelos pagamentos pontuais das empresas do comércio (R$ 1.829), seguido pelo das empresas industriais (R$1.824) e, por fim, pelas micro e pequenas empresas de serviços (R$ 1.565).

IPC-S tem variação na terceira semana

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) registrou variação de 0,39% na terceira semana de agosto, 0,09 ponto percentual abaixo da taxa de 0,47% da segunda apuração do mês, feita pela FGV. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram decréscimo em suas taxas de variação. O levantamento foi feito em Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre.
A maior contribuição partiu do grupo transportes (0,36% para 0,18%), com destaque para gasolina, que passou de 0,82% para -0,01%. Também houve decréscimo nos grupos saúde e cuidados pessoais (0,91% para 0,67%), vestuário (0,32% para -0,06%), comunicação (0,55% para 0,32%) e despesas diversas (0,19% para 0,03%). Entre os destaques nessas classes, aparecem artigos de higiene e cuidado pessoal (2,58% para 1,57%), roupas (0,28% para -0,06%), tarifa de telefone móvel (1,86% para 1,30%) e tarifa postal (3,53% para 1,44%) (ABr).